A dupla estrutura do conhecimento : relação entre teoria e compreender prévio do ser-no-mundo em Martin Heidegger

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Seibt, Cezar Luís lattes
Orientador(a): Stein, Ernildo Jacob lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/2821
Resumo: O problema da presente tese é o conhecimento. Contrapõe à metafísica do conhecimento ou às Teorias do Conhecimento a alternativa da fenomenologia hermenêutica de Martin Heidegger. Iniciamos por apresentar alguns elementos fundamentais elaborados pela tradição na busca de solucionar o problema através das diversas teorias explicativas do conhecimento. Mostramos que a tradição metafísica parte da separação entre sujeito e objeto, pressupondo esses dois entes contrapostos que entram na relação cognoscitiva, enquanto o pensamento de Heidegger busca descrever fenomenologicamente o horizonte prévio, o solo fático, dentro do qual se desenvolvem as separações e possíveis teorias. Apresentamos, por isso, a dupla estrutura do conhecimento, sendo que o elemento primário e originário é o compreensivo ser-no-mundo do Dasein e todos os demais comportamentos são dele derivados. O problema mente e mundo, experiência interna e experiência externa, recorrentes e centrais no pensamento moderno são, a partir das contribuições de Heidegger, postos sob nova luz. Se a separação mente e mundo conduz à necessidade de elaboração de teorias para garantir a correspondência ou verdade entre o objeto e o que se diz dele, o conhecer visto a partir da fenomenologia (uma fenomenologia do conhecimento) retorna para a condição fática onde já sempre se está na abertura compreensiva do ser. Neste nível não é preciso justificar ou provar a veracidade, pois a verdade é o modo de ser do ente que conhece. Não é, no entanto, uma superação ou eliminação dos projetos da metafísica, que mantém sua validade, mas um exercício de retorno para o lugar onde se constituem como tais e é, por isso, um reencontro consigo mesmo e retorno para o ser-no-mundo, para aquém da objetificação. Conhecer é um modo de ser do Dasein, marcado pela finitude, pela contingência, pela temporalidade. Não há, neste caso, fundamento externo à própria relação, pois a transcendência é finita, emerge na diferença ontológica e se movimenta no círculo hermenêutico, num jogo de desvelamento e velamento. A partir desse âmbito podem-se pensar os limites e as possibilidades do conhecimento.