Efeito de crises convulsivas e fármacos antiepilépticos em parâmetros neuroquímicos e moleculares em peixe zebra (Danio rerio)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Siebel, Anna Maria lattes
Orientador(a): Bonan, Carla Denise lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular
Departamento: Faculdade de Biociências
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/5392
Resumo: A epilepsia é uma desordem neuronal caracterizada pela ocorrência de convulsões espontâneas e recorrentes. Essa patologia e seu tratamento interferem em diversos mecanismos neurológicos. O sistema purinérgico é uma importante rota de sinalização celular que emprega nucleotídeos e nucleosídeos extracelulares como moléculas sinalizadoras. O neurotransmissor ATP atua através de receptores do tipo P2Y, acoplados à proteína G e receptores P2X, que são ionotrópicos. A degradação do ATP extracelular e a conseqüente produção de adenosina é realizada por uma família de enzimas de superfície celular conhecidas como ectonucleotidases, que inclui as NTPDases (nucleosídeo trifosfato difosfoidrolases) e a ecto-5´-nucleotidase. A adenosina é um neuromodulador que atua através da ativação de receptores metabotrópicos do tipo P1 (A1, A2A, A2B, A3). Esse nucleosídeo pode agir como um anticonvulsivante endógeno, principalmente via receptores A1. As NTPDases hidrolisam nucleotídeos tri- e difosfatados originando a adenosina, que é hidrolisada pela adenosina deaminase (ADA). Assim, as NTPDases, ecto-5 -nucleotidase e ADA controlam os níveis de nucleotídeos e nucleosídeos, modulando o sistema purinérgico. No sistema colinérgico, a acetilcolina (ACh) atua através de receptores muscarínicos (metabotrópicos) e nicotínicos (ionotrópicos). Sua ação é encerrada através de sua hidrólise catalisada pela acetilcolinesterase (AChE). O peixe zebra é um pequeno teleósteo de água doce que vem sendo amplamente utilizado como modelo experimental em pesquisa. Estudos mostram que o peixe zebra pode ser uma ferramenta importante para o entendimento da epilepsia, bem como para o screening de fármacos antiepilépticos. Considerando que as sinalizações purinérgica e colinérgica têm importante participação no sistema nervoso e que essas vias de neurotransmissão estão identificadas e caracterizadas em peixe zebra, o objetivo desse estudo foi avaliar nesse teleósteo o efeito de convulsões induzidas por pentilenotetrazol (PTZ), bem como de fármacos antiepilépticos na atividade das ectonucleotidases, ADA e AChE, enzimas essenciais na modulação destas vias de sinalização. Foram avaliados os efeitos in vitro da carbamazepina, fenitoína e gabapentina na atividade das ectonucleotidases e AChE. A carbamazepina diminuiu a hidrólise de ATP e também de ACh. A fenitoína aumentou a hidrólise de AMP e a gabapentina não provocou alterações enzimáticas. Foi analisado também o efeito de crises convulsivas induzidas por PTZ na atividade das ectonucleotidases e da ADA. Os resultados não mostraram alterações nas ectonucleotidases e ADA nas frações extracelular e intracelular, respectivamente. No entanto, a atividade extracelular da ADA foi inibida em animais expostos ao PTZ. As análises mostraram que os fármacos antiepilépticos podem influenciar a atividade das enzimas envolvidas na degradação extracelular de nucleotídeos, bem como na hidrólise de ACh. Além disso, a diminuição na degradação de adenosina observada em nosso modelo de estudo pode sugerir a participação da ADA na modulação nos níveis de adenosina durante as crises convulsivas em peixe zebra