Concepções em disputa na curricularização da extensão universitária: uma análise dos Cursos de Serviço Social das Unidades de Formação Acadêmica da Regional Sul II da ABEPSS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Juliana Fracaro da lattes
Orientador(a): Degenszajn, Raquel Raichelis lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
Departamento: Faculdade de Ciências Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Espanhol:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/43896
Resumo: Esta dissertação aborda a implementação da curricularização da extensão universitária no contexto brasileiro, em resposta à Resolução nº 07 do Ministério da Educação (MEC) de 2018, que estabelece diretrizes para a inclusão da extensão como componente curricular obrigatório nos cursos de ensino superior por meio das Diretrizes para a Curricularização da Extensão Universitária (DCEU) de 2019. Esse processo visou fortalecer a articulação entre ensino, pesquisa e extensão, na perspectiva de sua indissociabilidade, com a finalidade de contribuir para a transformação social e a formação profissional qualificada, considerando o papel social da Universidade. O objeto da pesquisa voltou-se para a análise das concepções de extensão universitária presentes nos projetos pedagógicos dos cursos de Serviço Social que integram a Regional Sul II da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS). Ressalta-se a dificuldade no acesso aos projetos pedagógicos dos cursos, principalmente das IES privadas. Nesse sentido, pretendeu-se identificar e analisar como as diferentes concepções de extensão estão sendo incorporadas nos projetos curriculares dos cursos de Serviço Social, tanto em universidades públicas quanto privadas; e se elas estão sintonizadas com os princípios defendidos pela ABEPSS e pelo MEC através das DCEU. Para o desenvolvimento do estudo, foi realizada pesquisa bibliográfica e documental, com ampla interlocução com autores de referência na temática, principalmente nas áreas de Educação e Serviço Social. Para o desvendamento crítico do objeto, foram selecionadas as unidades de ensino que integram a Regional Sul II da ABEPSS, cujos cursos já possuíam a curricularização da extensão universitária implementada em seus Projetos Políticos Institucionais (PPIs) e Projetos Políticos Pedagógicos (PPPs). Em termos conclusivos, a análise crítica desenvolvida revelou que a mercantilização da educação e o enfraquecimento das universidades públicas, decorrentes das políticas neoliberais desde a década de 1990, comprometem a qualidade e a transformação social esperadas da curricularização da extensão. A implementação dessa prática, nas universidades públicas, é complexa, principalmente pelo impacto do exíguo e incerto financiamento, enquanto nas instituições privadas existe o risco de uma extensão voltada para interesses mercadológicos em detrimento de uma formação crítica e emancipatória. O Serviço Social, com sua tradição de formação crítica e interventiva, possui um papel central neste debate, pois a extensão universitária, ao ser curricularizada, pode se alinhar ou se distanciar do projeto ético-político da profissão. O estudo identificou ainda lacunas nas DCEU que permitirão às instituições de educação mercantis adotar uma concepção divergente da extensão universitária popular defendida pelo Serviço Social. Ao finalizar a dissertação, apresentamos alguns desafios, contradições e recomendações para que o Serviço Social, por meio da ABEPSS, avance juntamente com o coletivo das Unidades de Formação Acadêmica (UFAs), na concretização da curricularização na perspectiva de um projeto de extensão universitária popular