[en] COSMOPOLITICS OF THE EARTH: MODES OF EXISTENCE AND RESISTANCE IN THE ANTHROPOCENE
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
MAXWELL
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=46900&idi=1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=46900&idi=2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.46900 |
Resumo: | [pt] Esta tese tem por objetivo investigar, sob um ponto de vista filosófico, possíveis caminhos para pensar o que significa resistir diante da chamada crise ecológica, isto é, o conjunto das graves alterações de origem antropogênica observadas nos processos biogeoquímicos da Terra, a ponto de ter suscitado a entrada do planeta numa nova época geológica, o Antropoceno. Esse acontecimento coloca em xeque a própria validade universal das categorias que sustentam a epistemologia dita ocidental – a qual, segundo Bruno Latour (1994), se caracteriza pela admissão de apenas dois modos de existência para os seres, isto é, como entes naturais ou culturais. De maneira que, para investigar as possibilidades de resistência, sugerimos ser necessário considerar os modos próprios de outras ontologias conceberem os entes que habitam o mundo, bem como suas maneiras particulares de descrever os processos e interferências que ameaçam destruí-lo. Tal consideração da pluralidade ontológica existente se faz necessária também porque, como este trabalho pretende esclarecer, a Terra pode ser compreendida como o solo comum que só existe a partir das versões divergentes dela mesma. A unidade que constitui esse solo comum, no entanto, não pode ser vislumbrada sem um cuidadoso trabalho de composição: foi uma tentativa malsucedida de fabricar um mundo comum que deflagrou a atual guerra de mundos (Latour, 2002) que a crise ecológica torna incontornável. Assim, seguindo ainda a terminologia de Latour, de um lado da disputa estão os Humanos, aqueles que, presumindo deter o conhecimento definitivo sobre a realidade objetiva do mundo e se arrogando o direito de explorar impiedosamente os seres naturais (além de outros humanos), conduziram-nos ao estado atual de desordem ecológica; do outro, há os Terranos, indivíduos e povos que reconhecem na Terra e em seus seres verdadeiros aliados na existência, e não meros recursos a explorar. Esta tese, portanto, traça um panorama, ainda que não exaustivo e em larga medida especulativo, dos múltiplos modos terranos de existir e resistir, permitindo assim entrever as possíveis insurreições cosmopolíticas da Terra e de seus povos contra a barbárie eco-política que se anuncia. |