[pt] AS HERMENÊUTICAS DO SUL: OS CAMINHOS DA COMPREENSÃO E A SURREALIDADE COMO CONDIÇÃO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: CLELIO TOFFOLI JUNIOR
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=68844&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=68844&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.68844
Resumo: [pt] A presente tese versa, em forma de especulação, sobre o que vêm a ser as hermenêuticas do Sul, e os caminhos de interpretação que podem ser trilhados nessa busca pela quebra do modelo tradicional hermenêutico, eurocêntrico e colonialista, tendo sempre como baliza a surrealidade como condição, buscando ao final aproximação com a literatura latino-americana contemporânea. Após uma breve introdução, o primeiro capítulo busca tratar brevemente dos sistemas hermenêuticos tradicionais, com foco maior sobre a teoria do filósofo alemão Hans Georg Gadamer, não sem antes fazer um breve inventário dos sistemas hermenêuticos europeus, especialmente no campo da filosofia, das ciências sociais e da literatura, até chegar ao sistema gadameriano. Dentro desse panorama inicial, já se vê também crítica ao racionalismo, ao eurocentrismo e ao racismo criado pela modernidade, os grandes eixos tutelados pela hermenêutica do Norte global, que acabou sendo usada, pela via da interpretação, como instrumento de dominação do pensamento nos países periféricos e ex-colônias europeias da América Latina. A partir daí a tese começa a buscar seu próprio caminho especulando sobre o estabelecimento de um modo de interpretação hermenêutico que logre contemplar o pensamento do sul global (em especial da América Latina). Ao adentrar nessa especulação, a tese discorre sobre as figuras míticas de Hermes e Exu, o primeiro identificado com as hermenêuticas tradicionais, no Norte global e o segundo a figura a ser buscada como identificação para a hermenêutica do Sul, realizando uma espécie de substituição de Hermes, o grande patrono da hermenêutica eurocentrada, pela figura de Exu, como o caminho a ser seguido, desbravado pelo pensamento do sul. Nesse momento a tese faz notar que Exu, ao contrário de Hermes, não é mensageiro, não indica caminho, mas é o próprio caminho. Feito esse corte, a tese passa a especular sobre qual seria a melhor ideia de compreensão para as hermenêuticas do Sul, e acaba por eleger uma surrealidade que permeia as literaturas latino-americanas, passando um pouco pelo surrealismo antilhano, algum surrealismo francês e algo do periférico surrealismo português (por terem suas obras apartadas do eixo hermenêutico europeu), para ao final, através de arquivos ficcionais e poéticos, e dos realismos mágico, fantástico e delirante, e um pouco também calcado no movimento infrarrealista, achar uma linha hermenêutica quase totalmente latinoamericana. Depois, como condição para o estabelecimento das hermenêuticas do Sul, a tese se encaminha para o fecho com as conclusões dessa análise e a especulação da real possibilidade de uma ideia hermenêutica para o sul global, passando daí para o último movimento, que é uma breve análise, a partir da ideia resultante das hermenêuticas do Sul, de um romance do escritor Ariel Luppino, chamado A outra vida, que carrega em sua escritura um pouco da carga de surrealidade especulada na tese, passando daí para as breves considerações finais.