[pt] O OLHAR INOCENTE É CEGO: A CONSTRUÇÃO DA CULTURA VISUAL MODERNA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: DORIS CLARA KOSMINSKY
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=12838&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=12838&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.12838
Resumo: [pt] O momento atual traz em seu bojo uma enorme carga de excessos tecnológicos e estímulos sensoriais em uma construção simbiônica, algumas vezes percebida como ápice do projeto moderno, outras, compreendida como uma etapa posterior a este empreendimento - o pós-moderno. As novas tecnologias e suas mediações são seguidamente apontadas como agentes decisivos nas transformações do modo de olhar. Consideramos que apesar das tecnologias atuarem como agente catalisador de determinadas conseqüências, elas não chegam a caracterizar condição suficiente de possibilidade para que estas transformações possam se realizar em qualquer sociedade ou período. A nossa pesquisa sugere que o olhar moderno foi construído sobre um tripé formado pelas tecnologias modeladoras das relações tempo-espaço, pelas convenções que contribuíram para a sua compreensão e naturalização e por uma pedagogia que inculcou a abertura para o novo, de modo a garantir a perpetuação do modo de olhar resultante. Este trabalho volta-se para o passado, buscando localizar continuidades e contradições da cultura visual contemporânea, considerando uma construção em camadas, isto é, os modos de olhar anteriores não são simplesmente superados, mas absorvidos nos modos subseqüentes. Neste contexto, examinamos dois momentos ou modos de olhar. O olhar ciclópico ou clássico, constituído ao longo da Renascença, fundamentado com a convenção da perspectiva e divulgado pela invenção da gravura e, o segundo modo, o olhar panorâmico, construído a partir da segunda metade do século XIX, arquitetado sobre as transformações urbanas, a profusão de objetos e imagens e a compressão tempo-espaço produzida pelas novas tecnologias de transporte e comunicação. Este novo olhar, ao mesmo tempo em que criou novas possibilidades perceptivas, também necessitou de processos de fixação e padronização, o que foi realizado através do desenvolvimento de uma pedagogia voltada para as instituições industriais e para o conceito de progresso. Neste processo, as Exposições Universais, realizadas a partir de 1851, tiveram atuação importante por tratar-se de um fenômeno basicamente visual e voltado para um público amplo. Sob este aspecto, as Exposições Universais sintetizam a experiência obtida posteriormente com outras tecnologias que se voltaram para a massa e, também, com o que foi conceituado como espetáculo.