[pt] RABISCA E PUBLICA: JUVENTUDES E ESTRATÉGIAS DE VISIBILIDADE SOCIAL E MIDIÁTICA DO PASSINHO CARIOCA AO ATIVISMO DE NOVA ORLEANS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: ALINE SILVA CORREA MAIA LIMA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=56719&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=56719&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.56719
Resumo: [pt] A presente tese discute estratégias de visibilidade social e midiática a partir de práticas de comunicação empreendidas por jovens no Rio de Janeiro (RJ), Brasil, e em Nova Orleans (LA), Estados Unidos. Para tanto, são apresentados relatos de estudo de campo realizado nestas cidades, apoiado no método etnográfico – elegendo como ferramental a pesquisa participante e a análise qualitativa em perspectiva feminista –, além do amparo teórico alicerçado em tópicos da Comunicação, da Sociologia e da Antropologia, principalmente. Os sujeitos observados no Brasil (2014-2016) são idealizadores, promotores e participantes de festivais e batalhas de passinho, dança que surgiu nos anos 2000 nas favelas cariocas. Enquanto estilo que congrega cada vez mais meninos e meninas, com significativa repercussão midiática, o passinho revela aspectos comuns aos indivíduos favelados, situações cotidianas que passam por escolha de caminhos a seguir, conflitos de interesses pessoais e da família e a relação com o território que, em resposta a um estigma de lugar, tem sido ressignificada no orgulho da afirmação sou favelado. Na singularidade do corpo performático, o passinho posiciona o dançarino nas questões coletivas que o aproximam de outros em condições semelhantes. Já a investigação em campo em Nova Orleans (2015- 2016) permitiu a observação do ativismo juvenil em eventos de poesia (spoken word) organizados pelo New Orleans Youth Open Mic e em postagens do Blog Noirlinians, que explora moda, cultura e território, na esteira de movimentos sociais contemporâneos, como Black Lives Matter. Ambos mobilizam majoritariamente jovens pretos, conectados por referenciais e práticas de autorreconhecimento como via possível de produção de visibilidade em um contexto que o estigma está na cor da pele. Os grupos acompanhados no Brasil e nos Estados Unidos têm em comum a criatividade e a expressão corporal como fórum de discussão e meio de representação, além do uso de mídias sociais digitais e website para promoverem suas atividades, comunidades e a si próprios, ultrapassando, pela mobilização cultural e artística, a geografia de suas cidades. A partir do tripé juventudes, representações e visibilidade, que sustenta esta análise, verificou-se nos comportamentos e práticas juvenis a manifestação de indivíduos que percebem e assumem a relação social como uma experiência que passa pela via da sensibilidade, transcendendo interações pessoais e apoiando-se, cada vez mais, no campo das possibilidades advindas da vida digital, a fim de buscar reconhecimento em um contexto de padrões de valoração sociocultural institucionalizados que fazem com que algumas pessoas se tornem invisíveis, simplesmente pelo fato de não responderem a modelos ideais de ser, ter, pertencer, comportar-se, como os participantes favelados e pretos deste estudo. Nesta composição, corpo e novas tecnologias surgem, então, como elementos estratégicos na construção e proposição de (auto)representações entre as juventudes observadas, de forma que se evidenciam, pelo menos, dois aspectos: 1) O corpo juvenil destaca-se como a própria mídia, plataforma central, explorada como território político, construído poética e culturalmente; 2) Práticas comunicacionais possibilitadas por novas tecnologias potencializam distintas experiências de subjetivação. Tais experiências permitem a apreciação do saber proveniente da sensorialidade: as maneiras como jovens habitam diferentes territórios – físicos e virtuais - e traçam suas trajetórias – muitas vezes agindo individualmente, porém, jogando luz sobre competências coletivas.