[pt] AUTOMUTILAÇÃO: CORTES EM BUSCA DE VIVACIDADE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: MARCIO NERY COSTA NETO
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=54433&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=54433&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.54433
Resumo: [pt] Os fenômenos de autolesão constituem um tema complexo, compreendendo uma enorme variedade de condutas possíveis. De forma geral, trata-se de algum tipo de dano autoinfligido no corpo, com maior ou menor gravide. Essa diversidade de práticas de autoagressão implica a heterogeneidade dos estudos sobre o tema, com diferentes classificações e conceitualizações. Nosso objetivo é analisar a automutilação enquanto cortes superficiais na própria pele e uma decorrente sensação de alívio conferida a um sujeito acometido por uma intensa dor psíquica, sem que haja uma intenção suicida. A presente dissertação pretende promover algumas reflexões acerca das práticas autolesivas enquanto um recurso possível para o indivíduo experimentar vivacidade, isto é, sentir-se vivo diante do excesso de um sofrimento psíquico que não pode ser posto em palavras. Exploraremos, nesse sentido, a importância do registro corporal como fator estruturante do psiquismo, recorrendo a alguns apontamentos sobre a noção de corpo na obra freudiana. Recorreremos também, na teoria de autores pós-freudianos, ao conceito de imagem corporal, que seria parte importante na constituição do Eu, contribuindo para a formação de uma unidade corporal e um sentimento de si. A condição clínica da automutilação parece apontar, no entanto, para um corpo não representado, atravessado pelo excesso pulsional, que prioriza a sensorialidade para se apresentar e se atualizar, em detrimento de uma suposta imagem corporal unificada. Buscaremos, então, na obra de Freud, referências sobre as limitações do campo representacional da linguagem, bem como o papel central que as sensações provenientes do sistema perceptivo podem assumir na constituição psíquica. Traçaremos, por fim, um paralelo entre a vividez sensorial presente no trabalho do sonho e a força sensorial verificada no ato de escarificação, e como ambas podem ser fundamentais na organização psíquica das intensidades experimentadas.