Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Catharin, Verônica |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/183217
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Resumo: |
Os excessos estão cada vez mais permeando os modos possíveis de vivência na atualidade. O corpo enquanto entidade em permanente construção tornou-se o receptáculo principal destes excessos da pós-modernidade, culminando em estatísticas alarmantes para a saúde pública mundial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, em 2008 mais de 1.4 bilhão de adultos estavam acima do peso e mais meio bilhão eram obesos. Pelo menos, 2.8 milhões de pessoas por ano morrem como resultado do excesso de peso ou obesidade. Buscou-se, neste estudo, investigar as vivências emocionais e significados atribuídos ao corpo em sujeitos que se submetem a cirurgia bariátrica e metabólica. Trata-se de um estudo clínico-qualitativo em psicanálise, delineado a partir de um estudo de casos múltiplos. O estudo contou com a participação de 15 pacientes vinculados a uma clínica particular e a um fórum de debates em uma rede social, sendo cinco pré-operatórios e 10 pós-operatórios. Os instrumentos utilizados para a coleta foram: uma entrevista semiestruturada e o procedimento de desenhos-estória. Os dados foram analisados à luz da perspectiva psicanalítica. Os resultados mostram uma tendência de reintegração da autoimagem e de melhora na autoestima nos pacientes ao longo do tempo de readaptação, refletindo em uma melhora dos sintomas depressivos. Contudo, no que diz respeito à sintomas de ansiedade e compulsão, a transformação não é tão positiva. Em geral, as expressões e formas da ansiedade e compulsão se modificam, mas não são suprimidas ou encontram destinos mais adaptados. Do mesmo modo, as relações interpessoais e amorosas pouco se modificam em seus aspectos qualitativos, embora haja uma ampliação do seu escopo. A discussão mostra que os aspectos referentes à imagem e esquema corporal dos pacientes encontram modificações muito basais, que não chegam a se integrar de forma funcional e dinâmica à estruturação subjetiva mais arraigada. Também são discutidas as implicações estruturais dessa condição em termos dos registros do real, do imaginário e do simbólico no que tange a expressões sintomáticas, defendendo que saída pela pulsionalidade compulsiva e auto-erótica no âmbito do gozo oral se configure a partir de uma inconsistência na reposição da imagem narcísica especular, por conta de uma falha na chancela do simbólico que pode assegurar uma amarração mais efetiva nas formas de desejar. Diante disso, conclui-se que um corte operativo no real do corpo não enseja necessariamente uma atualização da imagem inconsciente do corpo e do eu ou da estrutura subjetiva, indicando a necessidade de melhor sistematização de protocolos de avaliação psicológica e de maior acompanhamento psicoterapêutico nesses casos. Espera-se que este estudo possa proporcionar conhecimento para a prática clínica no manejo do problema da obesidade e sua resolução cirúrgica, visando uma melhor compreensão da relação da pessoa com seu corpo e da sua busca pela cirurgia bariátrica e metabólica. |