[pt] DE QUIMERAS MARTELADAS: SOBRE POSSÍVEIS DIÁLOGOS ENTRE LIMA BARRETO E NIETZSCHE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: ANDRE MESQUITA PENNA FIRME
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=54624&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=54624&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.54624
Resumo: [pt] Este trabalho se desenvolve em três etapas, nas quais o contato entre Lima Barreto e Nietzsche caminha do contato do primeiro com as obras do segundo ao que há de mais profundo na forma como os dois autores constroem o mundo, um no final do século XIX, o outro no início do século XX. O escritor carioca, imerso em um contexto intelectual fervilhante nas primeiras décadas do século, teve contato com as correntes filosóficas mais importantes que circulavam no Rio de Janeiro do período. Tornou-se quase inevitável o contato com as obras de Nietzsche, que desde fins da década de 1890 tornara-se fenômeno no mundo intelectual, sendo absorvido por segmentos letrados específicos que usavam suas obras como embasamento de renovações estéticas e morais. Nesse contexto, Lima Barreto rechaça o pensamento nietzschiano como o que havia de mais vil, burguês e contrário aos ideais de solidariedade e comunidade que pregava. Contudo, uma leitura mais atenta permite entrever, por trás do debate público, uma relação mais imbricada entre a forma como os dois autores entendem a existência em um mundo que parecia fragmentar-se. A repetição nas anotações de Lima Barreto da frase do prólogo do Zaratustra nos abre uma leitura em que a perspectiva da construção do Eu – em uma literatura que caminha entre a complexidade de um mundo de aparência e o processo trágico de dissolução do sujeito – apontam para a crítica ao idealismo e para a fundamentação artística de um mundo em devir, seja nas exortações de Zaratustra, seja no caminhar de Gonzaga de Sá.