[pt] NA TRILHA DA VOZ: GESTOS DE ENCONTRO E ESCUTA NO CINEMA CONTEMPORÂNEO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: MARIA DE ABREU ALTBERG
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=63607&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=63607&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.63607
Resumo: [pt] Esta tese reflete sobre o estatuto contemporâneo da voz no cinema a partir do tratamento a ela dispensado em um recorte de trabalhos audiovisuais cujos procedimentos artísticos singulares convidam à investigação — em especial no que tange ao que se tem reconhecido como manifestações espectrais da voz acusmática. O trabalho se compõe de três ensaios complementares, que investigam de que maneiras e com que efeitos estético-políticos as produções em exame subvertem formas historicamente calcificadas de destituir a palavra de qualquer corporeidade, o que inclui a materialidade da voz. Com esse horizonte, o estudo se debruça sobre as seguintes criações: A paixão de JL (2016), de Carlos Nader; Hilda Hilst pede contato (2018), de Gabriela Greeb; Imagem e palavra (2018), de Jean-Luc Godard; e Vaga carne (2019), de Grace Passô e Ricardo Alves Jr. Por atenção aos modos como esses filmes trabalham e pensam a matéria vocal, distinguem-se e exploram-se três manifestações interligadas da voz acusmática: (1) propomos pensar como vocobiografias espectrais os tratamentos dados por Nader e Greeb aos arquivos de voz de Leonilson e Hilst, com destaque para os movimentos que se ali desdobram entre presença e ausência, indivíduo e coletivo, ficção e realidade; (2) derivamos a noção de um vozerio tátil dos procedimentos com que Godard atende ao imperativo pensar com as mãos, que abre Imagem e palavra, no plano da miríade de vozes ali convocadas; e por fim, (3) refletimos sobre a invenção de uma voz polimorfa no média-metragem de Grace Passô e Ricardo Alves Jr., que, disparado por encenação (2016) e livro (2018) homônimos de autoria da atriz e dramaturga, tem como surpreendente protagonista uma voz com o poder de transitar por diferentes matérias. Mostra-se como, ao mobilizarem a materialidade da voz por diferentes caminhos e com diferentes ênfases, os filmes estudados agem no sentido de deslocar modos arraigados – e passivos – de escuta.