[pt] (DES)APRENDIZAGENS CRÍTICO-REFLEXIVAS NO/SOBRE OS CANDOMBLÉS: TRAJETÓRIAS, PERFORMANCES E FORMAS DE VIDA AUTOETNOGRAFADAS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: RENAN SILVA DA PIEDADE
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=62997&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=62997&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.62997
Resumo: [pt] Neste estudo de fortes dimensões autoetnográficas (ADAMS; JONES; ELLIS, 2015), investigo o modo de vida ético-político-religioso-plural dos Candomblés (NASCIMENTO, 2016), tendo em conta as histórias elaboradas por mim e por minha Ialorixá (Mãe Simone de Jagun), ambos indivíduos negros, em diálogo sobre nossas vivências dentro e fora do Ilê Asè Jagùn Orùn Ayê, terreiro localizado no bairro de Cosmos (Zona Oeste do Rio de Janeiro). A partir de um olhar qualitativo-interpretativo para conversas reflexivas (MILLER, 2013) acerca de como balancear as diversas áreas da vida, de sermos felizes em nossas escolhas religiosas, de questões familiares, de Candomblé como formação de vida, dentre outros tópicos, busco: identificar quais marcas linguísticas avaliativas (THOMPSON; ALBA-JUEZ, 2014) perpassam nossas interações; conhecer quais emoções (REZENDE; COELHO, 2010) e quais crenças (BARCELOS, 2013) emergem durante esse processo narrativo-avaliativo e a que macrodiscursos, ligados às Cosmopercepções dos Candomblés (ou não), elas estão afiliadas (ou não); entender como esses macrodiscursos operam na construção plural e heterogênea da experiência nos Candomblés. Alinhado aos princípios da Linguística Aplicada Crítica (TANZI NETO, 2021) e da Pedagogia de Terreiro (OLIVEIRA; ALMIRANTE, 2017), conduzo a análise com base na visão performativa de linguagem e de narrativa (MELO; MOITA LOPES, 2014; MELO; ROCHA, 2015), através de três lâminas de observação apresentadas de maneira sobreposta (TEIXEIRA; BIAR, 2019). Na primeira delas, olho para a estrutura das narrativas e para seus principais movimentos retóricos; na segunda, miro o momento em que se narra, a ordem interacional, a dimensão situada em que as narrativas foram coproduzidas por nós; na terceira, opero em um nível mais macrolinguístico, mapeando os discursos e as normas sociais que fazem parte do contexto comunicacional sob escrutínio (BIAR; ORTON; BASTOS, 2021). Durante esse processo de pesquisa em que também procuro quebrar (meus) silêncios, recuperar (minhas) vozes perdidas e desnaturalizar por meio de (minhas) memórias vivas e potentes os efeitos das injustiças sociais sobre nossos corpos negros interseccionados por questões de raça, de gênero, de sexualidade, de classe social (MELO, 2021), entre outras, pude identificar nas nossas interações construções indicativas de uma relação solidária e respeitosa com as vozes, com as emoções, com as crenças e com as histórias de vida um do outro. Entre diversas produções afetivas de desequilíbrio na vida, de culpa no exercício da maternidade, de rejeição familiar e de felicidade nas práticas afrorreligiosas, denunciamos discursos racistas que mobilizam desvios existenciais acerca de nossas vivências nos Candomblés e ao mesmo tempo nos afiliamos a discursos que privilegiam uma trajetória de terreiro onde a diversidade e o cruzamento de diferentes perspectivas trazidas pelos sujeitos são fatores marcantes.