[pt] PARTES E TODOS, UM EXPERIMENTO DE TRADUÇÃO: OS ARAWETÉ E A COSMOLOGIA CONTEMPORÂNEA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: MARIA BORBA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=64088&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=64088&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.64088
Resumo: [pt] Este trabalho se constitui como um exercício tradutório especulativo que se realiza entre os universos conceituais do povo Araweté (povo Tupi-Guarani) e da cosmologia contemporânea, tal como apresentados pelo antropólogo Eduardo Viveiros de Castro e pelo cosmólogo Mario Novello, respectivamente. Parte-se, de um lado, da reivindicação fundamental que a cosmologia contemporânea faz de pensar a si própria através da recuperação da distinção entre as propriedades locais e globais do cosmos, levando à necessidade de um agenciamento da relação entre elas; e, de outro, da maneira como a antropologia contemporânea se pensa como um procedimento de tradução entre universos de pensamento que se dá pela explicitação das diferenças existentes entre eles, tal como proposto por Viveiros de Castro. Assim orientada, a pesquisa busca identificar na interpretação feita por Viveiros de Castro dos Araweté aquilo que poderia ser reconhecido como local e global, para então responder à seguinte questão: que efeitos seriam produzidos no conceito de cosmologia, tal como pensado desde o ponto de vista crítico de Novello, quando concebido desde o ponto de vista Araweté, produzido por tal interpretação? Com intenção de fazer jus àquilo que a antropologia hoje coloca como ação fundamental para si enquanto prática, levar a sério o pensamento do outro, este trabalho propõe como resultado principal uma imagem de cosmologia que, ao invés de se pensar através da necessidade de encontrar a solidariedade máxima entre diferentes aspectos de um mesmo mundo (uma forma de produzir coerência entre aspectos locais e globais), seria aquilo que só se constitui quando se relacionam universos ontológicos distintos a partir de um modelo de relação que, para garantir a diferença existente entre esses mundos, precisa ser de transformação. Pensada dessa maneira, a cosmologia, ao invés de oferecer uma imagem de mundo como sendo aquilo que se constitui a partir do que há de comum entre os diferentes pontos de vista que o compõem, propõe, de outra maneira, um mundo que só existe quando universos distintos podem se relacionar, de forma tal que a diferença existente entre eles seja total.