[pt] AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS AP E REUTERS NO BRASIL: UM FLUXO DE RETROALIMENTAÇÃO DO AGENDAMENTO NA ERA DOS DISPOSITIVOS MÓVEIS
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
MAXWELL
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=64142&idi=1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=64142&idi=2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.64142 |
Resumo: | [pt] O presente estudo explorou o modo como as agências de notícias globais Reuters e Associated Press (AP) baseadas no Brasil concebem o novo jornalismo digital a partir da segunda década do século XXI. Considerando que o público alvo não é o grande público diretamente, mas seus contratantes, observamos que as redes sociais e plataformas digitais, ambientes de muitas vozes, influenciam as suas agendas e modos de produção da notícia em vídeo, além do impacto da desinformação nas suas rotinas produtivas, em que precisam contar com equipes de checagens. Partimos dos estudos da Teoria da Agenda, palco em que Maxwell McCombs (2009), um dos fundadores da tradição de pesquisa sobre o agendamento, se debruça sobre um poder dos veículos noticiosos de definir a agenda do público, modelando a opinião pública ao determinarem quais são os assuntos centrais da atenção pública. Mantendo um foco no jornalismo contemporâneo na esteira do agendamento, o presente trabalho sustém a hipótese de que há um fluxo de retroalimentação de pautas entre a mídia e o público, sugerindo o termo on demand, no cenário do jornalismo digital, que interfere no agendamento one way – enquanto fluxo unidirecional de influência partindo da grande mídia para o público - na medida em que, com os ambientes digitais móveis, notadamente no Brasil, o público e as fontes passam também a pautar os meios de comunicação, e as Agências não ficam de fora, sendo algumas vezes pautadas pelo público e redes sociais. Uma enxurrada de conteúdos em vídeos é gerada pela audiência diariamente, de forma que as rotinas de Reuters e AP contam com novas práticas de checagens diárias de eventos e mudanças na operacionalização e produção das notícias, a fim de atenderem seus clientes digitais e os formatos das plataformas sociais. O trabalho também inclui uma pesquisa bibliográfica remontando uma linha do tempo das primeiras agências de notícias de grande porte, para observar as mudanças tanto na linguagem jornalística como nas formas de distribuição e operacionalização na medida do desenvolvimento tecnológico. Um olhar que vem desde as entregas de notícias e cotações acionárias à imprensa e casas de finanças, através dos pombos-correios e do telégrafo de 1850, ao sistema de distribuição das notícias da era móvel. O jornalismo digital possibilitou as crescentes coproduções com mediadores públicos, não deixando de destacar as interpelações da audiência e fontes nos processos de produção das notícias junto aos jornalistas profissionais. O panorama das redes digitais – que carrega a desinformação e propicia a reunião de novas vozes, interferindo nas agendas dos meios de comunicação – traz efeitos de uma mudança no fluxo de influências que se dá também do público para a mídia, efeito perceptível nas duas agências que eventualmente selecionam o que vai virar notícia a partir da sugestão de histórias provenientes não dos canais oficiais da imprensa. A fim de atenderem às expectativas das plataformas digitais e de seus clientes digitais, verificamos que AP e Reuters no Brasil adaptam os seus conteúdos em vídeo, editados a partir das matérias originais distribuídas aos clientes, para uma versão mais enxuta e atraente, sem abrir mão da credibilidade, temporalidade e precisão. |