[pt] O MOSAICO SOCIAL À LUZ DO CONCRETO: REVISITANDO ESTUDOS DE ANTROPOLOGIA URBANA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: JACQUELINE LOBO DE MESQUITA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=61918&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=61918&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.61918
Resumo: [pt] O estudo investigou a construção da má fama de um prédio de apartamentos conjugados e quitinetes, localizado no bairro de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, a fim de entender o estigma que o cerca. Utilizando como estratégias metodológicas a observação participante, entrevistas semiestruturadas e a análise de notícias em jornais, construiu-se um mosaico com as narrativas sobre o dia a dia do edifício, retratando um estilo de moradia que se fez presente na paisagem urbana da cidade desde meados da década de 50 do século XX. Observou-se também que a narrativa sobre o prédio, presente tanto nas falas percebidas através das entrevistas, quanto dos comentários expostos em redes sociais (Facebook) podem ser consideradas resultados da constante produção de conteúdo jornalístico que tendiam a utilizar alcunhas pejorativas sobre o espaço e corroborar para a elaboração de um mito sobre o prédio, que é cercado de histórias. A tese está dividida em quatro capítulos para além da introdução, sendo o primeiro uma breve digressão sobre a história do bairro de Botafogo, bem como da construção utópica da zona sul que influenciou, principalmente a partir de telenovelas e jornais dos anos 60, uma ideia sobre esta região da cidade, a entendendo como boa de se morar, incidindo diretamente no valor atrelado ao solo e a verticalização que se fez necessária para poder receber o contingente de moradores que passariam a ver neste bairro um projeto de ascensão e conquista. O segundo capítulo é uma etnografia do Edifício, onde buscou-se demonstrar através do caderno de campo e observação participante a construção dos sentidos e do dia a dia deste espaço. O terceiro capítulo reúne as entrevistas realizadas com os moradores, ex-moradores, e principalmente, discorre sobre os caminhos adotados para concluir a pesquisa em meio a um momento conturbado, qual foi o da pandemia de covid. A proposta deste capítulo é demonstrar como os personagens que compõem esse estilo de morar de vinte metros quadrados, se relacionam ou se relacionam com o espaço, suas histórias e trajetórias. O quarto capítulo retrata, a partir dos comentários sobre o edifício localizados em recortes de jornais, encontrados através da Hemeroteca Digital, a construção social da narrativa sobre o que é o prédio. O trabalho está situado no campo da Antropologia Urbana e tem como ponto de partida os trabalhos do antropólogo Gilberto Velho, dialogando também com os textos da escola de Chicago. Por fim, pretendeu-se nesta tese, a partir da construção dos capítulos, fomentar a discussão sobre o cenário da antropologia urbana, a partir de um edifício que faz parte de uma mudança não apenas na paisagem, mas que carrega consigo aspectos presentes da modernidade na metrópole.