[pt] CARNAVAL E PODERES NO RIO DE JANEIRO: ESCOLAS DE SAMBA ENTRE A LIESA E CRIVELLA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: MAURO CORDEIRO DE OLIVEIRA JUNIOR
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=45190&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=45190&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.45190
Resumo: [pt] Esta dissertação entende que o conflito é inerente a ordem social, sendo sempre uma possibilidade analítica das tensões constitutivas de cada sociedade ou grupo social. Desta forma, partindo da análise situacional do corte de verbas feito pela prefeitura na gestão Marcelo Crivella para realização dos desfiles das escolas de samba do carnaval carioca; pretendo descrever a dinâmica do processo entre estas agremiações comunitárias e recreativas e os poderes com quem se relaciona. As escolas de samba conquistaram a hegemonia da folia no carnaval carioca ao longo do século XX através de negociações e mediações junto, sobretudo, ao poder público e a imprensa até suplantar outras formas existentes de organização carnavalesca. Beneficiaram-se de um processo político e social de construção de uma identidade nacional onde o samba cumpriu destacada papel integrador. Seus desfiles rituais-competitivos transformaram-se em um grande espetáculo turístico e comercial. Hoje estas agremiações são representadas por uma entidade marcada pela atuação da cúpula do jogo do bicho do estado do Rio de Janeiro que organiza a festa em cogestão com o poder público municipal. Assim, o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro constitui-se também em um espaço de mediação entre duas formas de poder: um poder constitucional e republicano e um poder ligado a atividade da contravenção penal representado pela LIESA. A prefeitura, ente do poder público responsável pelos desfiles, foi um parceiro importante para consolidação dos desfiles e sua transformação em um espetáculo internacionalmente reconhecido. O corte de verbas para sua realização, executado por um prefeito que teve o apoio da LIESA nas eleições, é uma oportunidade privilegiada para elucidar a relação entre cultura e política na cidade do Rio de Janeiro através do fenômeno das escolas de samba.