[pt] LINGUAGEM CORPO MARCADO: AÇÕES E CONTRA-AÇÕES DISCURSIVAS EM RELATOS DE PARTO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: BARBARA VENOSA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=68245&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=68245&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.68245
Resumo: [pt] Partindo de relatos de parto de mulheres brasileiras circunscritas em diferentes realidades sociais, o presente trabalho, de cunho qualitativo e interpretativista tem como objetivo analisar a construção e os efeitos dos discursos hegemônicos (Foucault, 1988) em falas sobre experiências de gestação e parto. Observaremos em performances narrativas emergentes em dez entrevistas de pesquisa (offline e online), a construção da agentividade das narradoras em conexão com as relações corpo/afeto. Narrativas de mulheres de lugares socias diversos (diferentes raças, classes, sexualidades, faixas etárias, usuárias de organizações de saúde públicas e privadas) serão analisadas sob uma lente interseccional de gênero, raça e classe, focalizando como tais narrativas constroem inteligibilidades que regem a vida social e, assim, cerceiam corpos – o que induz à reflexão sobre a soberania do discurso médico hegemônico e seus impactos na experiência da maternidade. Nossa compreensão de gênero se pauta em feminismos matricêntricos – se propondo, assim, a dar centralidade a mulheres mães sob uma perspectiva interseccional. Sob a perspectiva interdisciplinar, indisciplinar e mestiça da Linguística Aplicada Contemporânea (Moita Lopes, 2006), alinhamo-nos à Análise de Narrativa por entendermos que, contando histórias, construímos a nós mesmos, nossa percepção de identidade, além de construirmos o mundo ao redor. A análise das narrativas examina a construção da avaliação – componente narrativo que imprime dramaticidade e razão de ser ao que se narra, contemplando a dimensão discursiva dos afetos. Dessa forma, foi possível observar, no âmbito das inter-relações entre cultura–discurso–corpo–afeto, como os atravessamentos discursivos deixam marcas: seja reprimindo, constrangendo e destituindo as mães da gestão de sua própria corporeidade; seja, por outro lado, instando autonomia e agentividade às mães em seus relatos. Assim, compreender os rastros discursivos pela via dos afetos possibilita ao analista interpretar, reelaborar e redimensionar a experiência vivida.