[pt] ENREDADOS PELAS PÉROLAS: HISTÓRIAS CONECTADAS DE TRABALHADORES INDÍGENAS, EUROPEUS E AFRICANOS NO ATLÂNTICO DE PÉROLAS (1498-1650)
Ano de defesa: | 2023 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | spa |
Instituição de defesa: |
MAXWELL
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=63956&idi=1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=63956&idi=2 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=63956&idi=4 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.63956 |
Resumo: | [pt] Esta tese utiliza como fio condutor a história da extração, comércio e circulação de pérolas no mundo atlântico. Interessa-se pelo trabalho e ação política de atores singulares pertencentes a diversas populações indígenas, africanas e europeias involucradas na exploração de pérolas americanas impulsionadas no sul do Caribe pela monarquia hispânica. Em particular, analisa como, em meio às transformações globais do uso da cultura material e sua indissociável relação com a história do trabalho e dos trabalhadores durante os séculos XVI e XVII, os saberes e a ação política dos povos indígenas e africanos contribuíram para moldar a exploração desta joia marinha. A tese está dividida em duas partes, com três capítulos cada uma. As partes foram denominadas como: (I) A cultura política e (II) O trabalho e os trabalhadores. A primeira parte utiliza trajetórias de mulheres indígenas como Isabel e Orocomay; funcionários ibéricos como Juan López de Archuleta; africanos e afro-portugueses como Rodrigo e Domingo, para evidenciar a ação política e as formas como esses atores e seus povos foram fundamentais para delinear a crescente geografia atlântica da extração, circulação, comércio e fluxos de trabalhadores que o negócio perlífero conectou. A segunda parte centra sua atenção no trabalho e nos trabalhadores das pescas de pérolas, primeiro na ilha de Cubagua e Rio Hacha, depois na ilha de Margarita e Cumana, analisando a coexistência de diferentes regimes laborais e sistemas de trabalho, assim como os lugares de procedência desses trabalhadores no Caribe, no Pacífico e na Costa Ocidental africana. Essa segunda parte pensa também as transformações políticas e sociais, assim como as conexões e os intercâmbios culturais entre a Península Ibérica, o sul do Caribe e a Costa Ocidental africana. Neste marco transcultural e de conexões globais, este trabalho estabelece um diálogo transversal com: (i) a história global dos impérios ibéricos, (ii) a história global do trabalho, (iii) a historiografia das pescas de pérolas do Novo Mundo e, finalmente, (iv) a historiografia das populações indígenas e africanas. Desta forma, entende-se as experiências de indígenas, africanos e europeus no atlântico das pérolas como uma janela analítica para compreender as complexidades e os matizes das formas de relação intercultural que caracterizaram não somente esta região, mas também o nascente mundo moderno. Esta tese propõe uma nova interpretação do papel de indígenas e africanos durante os séculos XVI e XVII no atlântico conectado pelas pérolas, mostrando como em meio a cenários complexos marcados pela violência, esses atores com suas agendas políticas próprias e seus conhecimentos da navegação e o mar, assim como suas lutas pela liberdade, limitaram, potenciaram e transformaram o desenvolvimento das pescas de pérolas. |