[en] PRISON OR MASS GRAVE: (NECRO)POLITICS OF DRUGS AND BESIEGED TERRITORIES IN POST-DICTATORSHIP RIO DE JANEIRO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: MATHEUS GUIMARAES DE BARROS
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=62407&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=62407&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.62407
Resumo: [pt] A presente dissertação busca contribuir para desvelar a racionalidade colonialista da guerra às drogas que tem orientado a política de segurança pública do estado do Rio de Janeiro desde o fim do regime militar. Trata-se de uma pesquisa com natureza teórica que mobiliza diferentes fontes: bibliográficas, estatísticas, legislativas e, ocasionalmente, jornalísticas. Sua base epistemológica é o conceito de necropolítica, entendido como centro gravitacional de uma reflexão mais ampla desenvolvida por Achille Mbembe sobre o mundo contemporâneo. Considerando o recorte temporal que vai de 1988 a 2018, demonstra-se que a guerra às drogas fluminense faz parte de uma engrenagem racista que, respaldada pela branquitude e impulsionada pela violência estatal própria do neoliberalismo, perpetua sofisticadamente o processo secular de extermínio da população pobre e negra, moradora de favelas e periferias. Essa guerra move e legitima, nos territórios urbanos pauperizados, uma gestão governamental pelo terror, praticada mediante o rompimento de limites ao exercício do poder de matar, direta ou indiretamente, os corpos julgados descartáveis e hostis, inimigos do projeto civilizatório brasileiro, agora encampados na imagem racializada do traficante. A prisão e a vala são tomadas, aqui, como duas expressões fundamentais dessa dinâmica genocida. Este trabalho ainda ressalta a importância de um outro modo de lidar com a questão das drogas, distinto do proibicionismo de guerra, sem deixar de lado a necessidade de uma crítica radical da própria lógica bélico-colonial que o sustenta, o que exige colocar na ordem do dia o questionamento tanto da hegemonia neoliberal quanto da conservação histórica de privilégios brancos no Brasil.