[pt] CONSTRUÇÕES VERBAIS SERIADAS: UMA CARACTERIZAÇÃO INTERMODAL

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: ISAAC GOMES MORAES DE SOUZA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=65716&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=65716&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.65716
Resumo: [pt] As CVSs têm sido amplamente descritas em línguas orais e são produtivas em línguas de sinais. Elas se caracterizam como estruturas multiverbais sem elemento coordenador manifesto, apresentando compartilhamento de marcadores funcionais e de argumentos interno e externo, semântica de evento único e prosódia monossentencial. O objetivo deste trabalho é apresentar uma caracterização a partir de dados translinguísticos e intermodais, sugerindo uma análise formal para o fenômeno com base em uma caracterização pioneira dessas construções em Libras. Duas tarefas de aceitabilidade gramatical, utilizando a técnica playback, foram conduzidas com a participação de surdos nativos de Libras, abordando sequências verbais seriadas simétricas e assimétricas. Essa metodologia permitiu a obtenção de dados robustos sobre a estrutura e o uso das CVSs em Libras. As observações empíricas indicam, primeiramente, que as sentenças com empilhamento verbal em Libras são distintas em termos semânticos e sintáticos quando comparadas às sentenças com coordenação, tanto a coordenada explícita quanto a encoberta. Além disso, as CVSs em Libras demonstraram ser produtivas e apresentaram restrições semelhantes às observadas na literatura para línguas orais e de sinais. Identificou-se também a produtividade das CVSs-sanduíches em Libras, que, apesar de compartilhar algumas semelhanças com CVSs em outras línguas de sinais, comportam-se de maneira distinta, funcionando como estruturas de foco com reduplicação verbal. Adicionalmente, foram observadas as sequências de verbos AB com mudança de perspectiva, embora sejam menos produtivas. Estas se distanciam de estruturas passivas convencionais, assemelhando-se mais a predicados complexos. Com base na literatura sobre o fenômeno e nos dados obtidos em Libras, a análise teórica adotada sugere que as CVSs em Libras envolvem a gramaticalização de um dos componentes verbais seriados, atuando como marcador de aspecto e sendo incorporado na estrutura como um elemento periférico à estrutura argumental projetada pelo verbo não gramaticalizado. Este estudo oferece uma contribuição significativa para o entendimento das CVSs em línguas de sinais, demonstrando a complexidade intrínseca da estrutura linguística em Libras. Além disso, abre perspectivas para futuras pesquisas na área da linguística de línguas de sinais e para uma caracterização mais robusta das CVSs nas línguas naturais.