[en] INDIVIDUAL MEMORIES AND COLLECTIVITIES: AN ORAL HISTORY OF (THE PRIVATIZATION OF) EMBRATEL
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
MAXWELL
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=56350&idi=1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=56350&idi=2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.56350 |
Resumo: | [pt] A pesquisa visa compreender o significado da privatização da Embratel nos anos 1990 para empregados e ex-empregados, mais de 20 anos depois do ocorrido, e se enquadra nas discussões dos estudos organizacionais históricos e dos estudos de memória organizacional. É utilizada a abordagem teórico metodológica da história oral, voltada tanto à experiência vivida dos indivíduos face a eventos históricos quanto ao significado dessa experiência, por meio do estudo da memória individual. A pesquisa inova nos estudos organizacionais ao incorporar a perspectiva de history-telling (Portelli, 1991; 1997), que une storytelling com pesquisa histórica e que entende as falhas, silêncios e erros da memória como significativas da experiência dos indivíduos. A Embratel, Empresa Brasileira de Telecomunicações, é um locus interessante para o estudo da memória nos estudos organizacionais. Hoje marca fantasia para o segmento corporativo do grupo Claro S.A., a empresa teve sua criação prevista pela Lei 4.117 de 1962 durante o governo de João Goulart, mas sua criação efetiva se deu apenas durante a ditadura militar, em 1965. Sua importância se insere em um contexto de política nacional-desenvolvimentista iniciada por Getúlio Vargas e aprofundada pelo governo militar, quando a administração indireta, em especial as empresas estatais, passaram a servir como instrumento de desenvolvimento econômico. Para isso, essas empresas foram dotadas de maior autonomia gerencial em relação à administração direta, operando de forma semelhante às empresas privadas. As telecomunicações e a Embratel se destacaram no projeto militar tanto por motivos econômicos, pela necessidade de uma rede de comunicações que interligasse as diversas capitais do país para o crescimento empresarial, quanto por motivos geopolíticos, já que essa integridade territorial fazia parte da estratégia militar para a construção de uma nação soberana. Ao longo de sua trajetória, com a redemocratização do país em 1985, os objetivos iniciais de integração nacional cumpridos e as mudanças tecnológicas, a Embratel aos poucos perde sua importância como instrumento de política industrial e passa a se enquadrar cada vez mais como prestadora de serviços, culminando em sua privatização no ano de 1998, em um contexto de ascensão das ideias neoliberais nos planos econômico e político. Assim, sua privatização se torna emblemática por representar o fim de uma era de nacional-desenvolvimentismo no plano nacional, de globalização no plano internacional e de inserção de conceitos como o gerencialismo dentro da esfera pública. Como os funcionários da Embratel interpretam, elaboram e significam, no presente, a privatização da empresa foi a pergunta que guiou a conversa e a análise das narrativas de 57 empregados e ex empregados da empresa, totalizando 188 horas de gravação posteriormente transcritas. A análise, segmentada por grupo geracional, mostra como a memória e o entendimento sobre a privatização é múltipla, dependente das experiências particulares e coletivas dos indivíduos e especialmente dos contextos sociais nos quais se localizam. A pesquisa mostra ademais como a interpretação particular sobre o início da privatização é um dos indicadores do significado da experiência para os narradores. |