[pt] A CAPTURA DOS CORPOS FALANTES NO CINEMA DE CARL TH. DREYER
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
MAXWELL
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=30145&idi=1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=30145&idi=2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.30145 |
Resumo: | [pt] A tese propõe uma reflexão sobre a relação entre sujeito e linguagem a partir da obra do cineasta dinamarquês Carl Theodor Dreyer (1889-1968). Após a revisão crítica das estratégias de interpretação que caracterizam a abordagem de sua obra, analisa a violência discursiva e a força performática da linguagem presentes em seus filmes – 14 longas-metragens de ficção, dos quais 9 são do período do cinema mudo e 5 sonoros. Mostra que, embora se mantenha dentro dos limites de uma narratividade límpida, Dreyer faz do cinema uma arte que não cessou de problematizar o homem como corpo falante, que arrisca o seu destino e a própria vida na linguagem. Por trás da heterodoxia estilística e da variedade de temas e épocas que seus filmes retratam, Dreyer enfoca insistentemente esse encontro desencontrado entre corpos e palavras. A tese situa sua filmografia na passagem do cinema mudo ao sonoro, este frequentemente celebrado como progresso técnico-estético, que acabou por reforçar o encobrimento da disjunção sujeito-palavra, corpo-voz. As análises privilegiaram situações fílmicas em que os personagens realizam atos de palavra – tais como o juramento, a maldição e a promessa –, estudados através das noções de sacramento da linguagem (Giorgio Agamben) e atos de verdade (Michel Foucault). Já no seu primeiro filme, O presidente, o juramento é um evento crucial. Reaparece sob a forma da promessa quebrada em A noiva de Glomdal, e se complexifica em A paixão de Joana D Arc, seu último filme mudo. Tais atos evidenciam que a transparência da linguagem, empiricamente impossível, será buscada através de técnicas de poder que procuram garantir uma fiel correspondência entre ato e palavra para assim enraizar a linguagem nesses corpos incontroláveis, fonte incessante de confusão, perjúrio e mentira. A tese é composta de capítulos autônomos, porém complementares, e permite diferentes percursos de leitura. |