As chaves do reino em Mateus 16,19 à luz de Gênesis 12,3: abertura salvífica para as nações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Gouveia, Jose Geraldo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Formação de Professores e Humanidades
Brasil
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Ciências da Religião
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/5069
Resumo: Esta tese apresenta um estudo sobre o significado das chaves dadas a Simão Pedro em Mt 16,19 à luz da promessa que Deus fez a Abraão em Gn 12,3. Normalmente quando falamos sobre uma fechadura e sua correspondente chave, a imagem que se evoca é a do instrumento que serve para fechar e guardar algum bem que precisa ser protegido. Contudo, quando o evangelho de Mateus foi redigido, não existiam os modelos de chaves modernas tão comuns atualmente. Logo é preciso levantar a questão: que tipo de fechadura era usada no primeiro século para fechar as portas? E as chaves usadas nesse mecanismo, como eram? Esta pesquisa demonstra que as chaves usadas nesse tipo de fechadura eram normalmente feitas de madeira, cujo propósito era destrancar o ferrolho que mantinha a porta fechada. Inclusive a palavra usada em hebraico para descrever uma chave é maptêah. Esse vocábulo tem uma raiz etimológica cujo significado base é o de abertura, liberdade, rompimento etc. A palavra usada por Mt 16,19 para descrever as chaves dadas a Pedro é kleis (kleidas, plural feminino acusativo), que é um termo grego. Entretanto, Jesus certamente não teria usado essa palavra, já que sua língua mãe era o aramaico. Seus ouvintes no episódio em questão também eram de língua aramaica. Conclui-se, portanto, que o termo kleidas foi a tradução daquilo que Jesus teria proferido em língua semita, cuja etimologia está ligada à raiz pth, que supõe sempre abertura. Esse fato muda completamente a compreensão que se tem das chaves mateanas, e, consequentemente, aponta novas possibilidades hermenêuticas, pastorais e ecumênicas. Essa nova compreensão das chaves mateanas, enquanto instrumento de abertura, reflete a promessa abraâmica de Gn 12,3 quando o próprio Deus diz ao patriarca: "Por ti serão benditos todos os clãs da terra"