A nódoa da misoginia na naturalização da violência de gênero: Mulheres Pentecostais e Carismáticas.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Bicalho, Elizabete
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas
BR
PUC Goiás
Ciências da Religião
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/963
Resumo: Esta dissertação aborda a representação social da violência conjugal/doméstica, para mulheres que vivem este fenômeno e participam das expressões religiosas cristãs: pentecostais e carismática católica; movimentos religiosos contemporâneos, que reproduzem em seus discursos, a nódoa da misoginia, uma herança cultural, refletida na submissão feminina, onde se instala a culpa. A violência é entendida neste trabalho como resultado das relações de gênero, historicamente hierarquizadas e naturalizadas. As atoras desta investigação só saíram do silêncio submisso, quando se viram ameaçadas de perder, ou quando de fato perderam o marido agressor ou o patrimônio da família. Nestas situações, a sua fé religiosa se converte em rebeldia, levando-a à denúncia na Delegacia de Polícia após anos de reclusão familiar violenta. Como sujeito que se constitui pela heteronomia, a reação feminina se apresenta no momento em que ela não tem mais para quem dar seu amor incondicional e sua dedicação cotidiana. Na dor da perda, o amor se subverte e se revela em luta, enquanto vetor da subjetividade feminina para a vida social. Neste processo a mesma experiência religiosa, justificadora para a mulher de sua condição social desprivilegiada, representa para ela força e poder, no processo da denúncia da violência.