“Eu suporto tudo para me sentir artista” as vivências dos profissionais de uma companhia de teatro em relação ao seu trabalho: uma abordagem psicodinâmica.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Pires, Roseli Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Ciências Sociais e Saúde::Curso de Psicologia
Brasil
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4587
Resumo: O presente estudo teve como objetivo geral analisar as vivências dos profissionais de uma companhia de teatro em relação ao seu trabalho e às suas estratégias para enfrentar o sofrimento e transformá-lo em prazer, com base na Psicodinâmica do Trabalho, no que diz respeito às relações entre identidade profissional e arte, à organização no contexto do trabalho e à mobilização subjetiva do trabalhador. Trata-se de um estudo de caráter descritivo exploratório, desenvolvido com profissionais de uma companhia de teatro da cidade de Goiânia, Goiás. Seus objetivos específicos foram: 1) analisar as vivências do indivíduo no trabalho, no que diz respeito à sua identidade profissional e a sua relação com a arte; 2) analisar as vivências dos trabalhadores de teatro em relação à organização, às condições e as relações de trabalho; 3) analisar as estratégias de enfrentamento do sofrimento utilizadas pelos trabalhadores de teatro. As técnicas de coletas de dados foram análise documental e entrevistas semiestruturadas individuais e coletivas, que foram avaliadas pela análise gráfica do discurso. Quanto às vivências relacionadas à identidade profissional e arte, no grupo pesquisado há um sentimento de orgulho dos profissionais, sentimento de felicidade em fazer o que gosta, de estar sempre participando de um processo criativo. Em relação à categoria relacionada à organização no contexto do trabalho, os dados indicam que, mesmo ao se tratar de uma companhia de teatro profissional, não existe um contrato de trabalho formal, porém existem normas informais. As condições de trabalho são boas, os participantes trabalham em local adequado e acolhedor. Na categoria mobilização subjetiva do trabalhador, os dados indicaram que as vivências de prazer se caracterizam pela coesão e integração da equipe. O fato de se fazer o que gosta gera prazer. No entanto, as vivências de sofrimento relacionam-se à sobrecarga na realização das tarefas, ao medo, à insegurança e à falta de reconhecimento, de autonomia, de liberdade e de tempo. Foram registrados, ainda, problemas atribuídos à falta de incentivo financeiro, sobretudo de políticas públicas para que os espetáculos aconteçam. Para minimizar seu sofrimento, alguns participantes reagem com choro, ou riso; já outros veem na discussão com o grupo uma forma de buscar novas alternativas de trabalho. O grupo está sempre usando a criatividade, elaborando estratégias, unindo e buscando um consenso para que as coisas aconteçam a contento.