Trabalho é o que você faz para ganhar dinheiro ou aquilo onde você coloca sua alma? condições de trabalho e vida de atores de teatro experimental atuantes no Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Prange, Ana Paula Lobão
Orientador(a): Brito, Jussara Cruz de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/36085
Resumo: O presente estudo buscou analisar as condições de trabalho e vida de atores de teatro experimental. A partir da noção de vocação, e de um mapeamento do ofício a partir da Sociologia das profissões artísticas, propôs-se um diálogo com os conceitos da Psicodinâmica do trabalho, tendo sido desenvolvida, ainda, uma pesquisa qualitativa. Foram realizadas três entrevistas coletivas, no período de trinta dias, com uma companhia de teatro experimental atuante no Rio de Janeiro. Dividiram-se os resultados, para fins de organização, em sete aspectos. Os quatro primeiros, relativos ao panorama geral da profissão, incluem: a precocidade do ingresso no ofício como uma tendência frequente; os dilemas e desafios da profissão, desde a instabilidade que historicamente a caracteriza à precarização que vem marcando contratos e relações de trabalho; o aumento crescente da qualificação, representando em muitos casos a chance de se obter a estabilidade financeira, sobretudo através de atividades de ensino; e a banalização do ofício que, relacionada à busca desenfreada da fama e às idealizações fantasiosas, vem gerando impactos sobre os processos de formação. Os três outros aspectos se referem mais especificamente à análise do trabalho dos atores a partir de conceitos da Psicodinâmica de trabalho. Compreendem: os meios pelos quais se dão a mobilização subjetiva para o exercício teatral, a partir do confronto com o real, e por meio da carga psíquica de trabalho; a questão do reconhecimento e sua importância para a construção – e manutenção - da identidade e, por fim; a importância do coletivo que, mesmo afetado pelas tendências individualistas e competitivas do mundo contemporâneo, se constitui a essência mesmo do trabalho em teatro, tanto pelo sentimento de pertencimento como, ainda, pela via da cooperação.