Inclusão social prevista exclusão inevitável: saúde, pureza e santidade no contexto do Levítico 13 e 14

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Cardoso, Leonardo Mendes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica de Goiás
Departamento de Filosofia e Teologia
BR
UCG
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Ciências da Religião
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/799
Resumo: As condições desfavoráveis vividas pela comunidade judaica do pós-exílio impunham a necessidade da adoção de leis rígidas de controle higiênico e sanitário, capazes de permitir a sobrevivência daquele grupo. O livro do Levítico, em seus capítulos 13 e 14, constituía-se num verdadeiro tratado de medicina preventiva e o seguimento das normas ali contidas envolvia questões profundas referentes a um conjunto de doenças de pele, conhecidas pelo termo hebraico tsara at. Tal doença, conforme o entendimento daquelas pessoas, provinha da transgressão das leis mosaicas e era capaz de afetar tanto os seres humanos como também suas vestes e habitações. Da quebra deste estado de pureza, responsável pelo acometimento por alguma forma de tsara at, decorria a imposição de um isolamento do indivíduo afetado, configurando-se tal medida como excludente social. No entanto, tal exclusão não se revestia de uma intencionalidade, sobretudo porque eram tentados, ao máximo, todos os meios capazes de permitir a restauração daquele estado inicial de pureza. Por outro lado, mesmo na atualidade, com o advento das mais modernas técnicas de terapia médica, ainda se faz inevitável o isolamento ocasional dos portadores de algumas doenças infecto-contagiosas, sem o qual, inúmeras vítimas inocentes poderiam sofrer com a disseminação destas patologias. A confusão decorrente da leitura dos textos do Lv 13 e 14, através das diversas traduções onde o termo grego lepra é usado em lugar de tsara at, provém da manutenção deste primeiro, cuja origem denota igualmente ao segundo um conjunto de moléstias cutâneas inespecíficas, para denominar outra doença que na atualidade se conhece pelo nome de Mal de Hansen ou hanseníase, cuja etiologia é bastante conhecida e cujo caráter altamente transmissível e deformante em alguns casos e quando não devidamente tratados, configura-se como estigmatizante e, portanto, impositora de uma exclusão social devido ao preconceito que gera entre as pessoas menos esclarecidas.