Uma nova composição estrutural e estética em Veias e vinhos, de Miguel Jorge

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Penha, Gisele Paiva Nunes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas
BR
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/3175
Resumo: O estudo aqui desenvolvido tem por fim examinar aspectos integrantes da composição do romance Veias e Vinhos, de Miguel Jorge. Inicialmente, foram analisadas algumas alterações ocorridas no modo de narrar dessa obra, que rompe com o modelo tradicional e usa técnicas narrativas inovadoras, como: múltiplas vozes, tempos e espaços variados que se interpenetram, focalização predominantemente interior e o predomínio da narrativa intercalada. Essas novas técnicas narrativas refletem, de maneira convincente, a realidade flutuante e fragmentária que passou a figurar na narrativa atual. No desenvolvimento desta análise, procuramos mostrar que o romance modernista ganhou novo perfil, e que faz parte deste novo modelo o ofuscamento da narração onisciente e da sequência linear dos fatos. Sua tessitura faz-se por meio de diversos narradores, especialmente daqueles ligados ao modo dramático, à análise mental e ao monólogo. O uso do fluxo da consciência (que coloca em cena a corrente da consciência), procedimento, também, aqui, evidenciado, serve-se de um tempo emanado da vivência interior da personagem e é, portanto, diferente do tempo cronológico, linear, que comanda o desenvolvimento das ações no romance tradicional. No universo ficcional de Veias e Vinhos, a focalização passa do mundo exterior para o interior, fazendo com que a leitura nos coloque em contato direto com a consciência das personagens, que aparecem ficcionalmente representadas na obra. E o que experimentamos, artisticamente, são as livres associações de ideias, estados caóticos de personagens com perturbações psíquicas, fatores que nos conduzem a uma permanente fluidez temporal e espacial. Evidencia-se, neste caso, que o romance em análise supera os parâmetros de uma perspectiva determinada, inequívoca e pouco dinâmica da vida contemporânea, ao ficcionalizar a metamorfose, o dinamismo, a multifacetação e a fragmentariedade, fatores que permeiam a sua composição, dando a essa obra uma configuração representativa da literatura brasileira atual.