SEGREGAÇÃO URBANA EM GOIÂNIA E OS JOVENS DA VILA CORONEL COSME

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Trindade, Ana Maria da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas
BR
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Serviço Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/2213
Resumo: A presente dissertação trata das condições de vida dos jovens que vivem nos espaços segregados da cidade de Goiânia, tendo como referência a Vila Coronel Cosme. Quem são esses jovens? Como vivem? Quais são seus projetos de vida? Qual a organização desses jovens na Vila? Essas são indagações que me levaram a conhecer melhor o modo de vida e o espaço onde estes moram com seus familiares. O objetivo é apreender as formas de sobrevivência e organização adotadas pela juventude, em uma realidade marcada por uma política que favorece a segregação urbana que teve origem na construção da cidade-capital planejada nos anos 30. A presença dos trabalhadores tem com função construir a cidade para os outros morarem. Essas reflexões confrontam com o direito de moradia instituído pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal de 1988. A perspectiva de investigar o espaço urbano através das áreas de posse tem relação direta com as condições de vida das classes populares, expropriadas pelas relações capitalistas com a conivência do Estado. Nesse cenário, procuramos desvendar como vivem os jovens de baixa renda, compreendidos como uma categoria histórica construída e socialmente determinada. A pesquisa revela a realidade vivida pelos jovens, em meio à pobreza e violência, resultante da ausência do Estado democrático e pela presença efetiva do tráfico de drogas e da violência policial. Dessa realidade decorrem outras formas de relações como: proteção, garantia de renda, ameaças, prisão, morte, extorsão, entre outras práticas que marcam o dia a dia das famílias. O processo de investigação revela uma juventude abandonada, refém da violência pessoal e social e da miséria que constitui a realidade dessa população, cujos espaços são determinados pelo capital imobiliário de caráter especulativo, inserido na lógica das cidades. Dentro desse pressuposto, tanto a terra quanto a moradia são mercadorias, desvinculadas da dimensão do direito socialmente construído pela luta dos trabalhadores. Essa reflexão é apenas uma contribuição no sentido de desvendar a realidade na qual os jovens trabalhadores organizam sua vida, suas lutas, seus sonhos, apontando para projetos de vidas que assegurem o trabalho, a escolarização, a autonomia e o seu direito de ter uma vida digna.