"Sou fundadeira dessa cidade": identidade, resistências e empoderamento feminino na umbanda goianiense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Araújo, Claudete Ribeiro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Formação de Professores e Humanidade::Curso de Teologia
Brasil
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Ciências da Religião
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4487
Resumo: Esta pesquisa se insere na perspectiva da História das Religiões e apresenta a proposta da escrita da História da Umbanda na cidade de Goiânia. Ela se debruça no estudo de Centros de Umbanda fundados a partir da década de 50 que continuam ativos na realidade atual. Demonstra que houve uma resistência dos empobrecidos para fazer valer na nova cidade elementos de sua cultura religiosa, especificamente dentro da religião umbandista, sejam eles elementos de tradições católicas ou de tradições afro-brasileiras. Para isso, a organização e a linguagem religiosa da religião espirita, semelhantemente, foram apropriadas para que fornecesse uma aparência de religião lícita e institucional, aceitável na nova fisionomia social que se delineava naquela cidade moderna. Demonstra-se nesta pesquisa que mulheres iniciaram ou deram continuidade ao movimento umbandista na capital do estado de Goiás e que os Centros religiosos criados tiveram características diferentes, seguindo as orientações criativas de suas autoras, que creditavam tais idiossincrasias às suas entidades espirituais. Alguns dos Centros religiosos responderam às necessidades dos migrantes empobrecidos advindos da zona rural e de outras regiões do país em busca de melhores condições de vida; outros foram atendendo aos empobrecidos em busca de restituição de saúde, aparando-os, também com novas redes de solidariedades estabelecidas na nova realidade urbanizada. Tais mulheres líderes encontraram significados para suas vidas na religião umbandista e no desenvolvimento de sua mediunidade, o que lhes empoderaram e forneceram prestígio numa sociedade cheia de contradições sociais, raciais e de desigualdade de gênero. Utiliza-se a história oral de vida e a observação participante para conhecer as estratégias que a população foi encontrando na religião umbandista aonde salvaguardaram valores, costumes, palavras e ritos de diversas matrizes. Conclui-se que a Umbanda é parte integrante da historia de Goiânia, sendo as mulheres suas principais protagonistas e responsáveis pela manutenção cultural e pela criação de novos comportamentos religiosos necessários a sobrevivência dentro do universo multifacetado da capital goiana