AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS BIOLÓGICOS E AMBIENTAIS DA EXPOSIÇÃO A PESTICIDAS POR AGENTES DE SAÚDE DO CONTROLE DE ENDEMIAS DA CENTRAL DE UBV DE GOIÂNIA, GOIÁS
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências da Saúde BR PUC Goiás Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Ciências Ambientais e Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://localhost:8080/tede/handle/tede/2936 |
Resumo: | O emprego de pesticidas nas campanhas de saúde pública para controle de endemias, no Brasil, foi marcante em meados dos anos 50, em paralelo ao uso abusivo e deliberado desses insumos, sem grandes cuidados quanto aos riscos biológicos e ambientais, provenientes do seu uso. Contudo, tendo em vista o desequilíbrio entre riscos e benefícios de sua eficácia, dos danos à saúde humana e ambiental, sugere-se que o uso espacial de pesticidas, no controle vetorial, se reserve aos casos de surtos epidêmicos. Portanto, presume-se que o acompanhamento contínuo e frequente, sob alguns marcadores biológicos em indivíduos que estejam sujeitos à exposição ocupacional a substâncias químicas, poderiam vir a conduzir, antecipadamente, à intervenção médica, bem como a estudos de melhor caracterização dessas intoxicações. Onde não ocorre este monitoramento, o diagnóstico da intoxicação torna-se falho, gerando consequências negativas à saúde humana e ambiental. Portanto, este estudo objetivou avaliar o perfil bioquímico/hematológico dos agentes de saúde pública do controle a vetores em exposição ocupacional a pesticidas. A população de estudo é constituída por 46 agentes de combate a endemias da Central de UBV, de Goiânia, Goiás. Para caraterização desta população, foi aplicado questionário de estilo de vida, baseado na Ficha de Investigação e Atendimento Toxicológico do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Em paralelo, foram coletados amostras de sangue para realização das análises bioquímicas e hematológicas (baseadas no Protocolo de Atenção à Saúde dos Trabalhadores Expostos a agrotóxicos das Diretrizes para Atenção Integral à Saúde do Trabalhador de Complexidade Diferenciada ), as quais foram processadas no Laboratório de Análises Clínicas da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Os agentes de saúde do combate a endemias são, predominantemente, homens, com idade adulta, compreendida, em sua maioria, entre 40 e 59 anos, com nível de escolaridade de ensino médio. Destes, 21,74% dos ACEs possuem hábito de fumar e, 54,35% de consumo de bebidas alcóolicas. Estes agentes trabalham, em média, há mais de 20 anos no combate a vetores, por cerca de 8 horas diárias. O pesticida, atualmente, mais usado por eles é o malathion, um organofosforado de toxicidade moderada e em ultra baixo volume. Apesar da exposição contínua e em ultra baixo volume, alguns agentes se queixaram do aparecimento de sintomas, como: salivação excessiva (19,6%), tosse (28,3%), náusea (17,4%), vômito (10,9%), diarreias (15,2%), sensação de formigamento de pés e/ou pernas (39,1%), formigamento de mãos e/ou braços (43,5%), bradicardia (10,9%), cefaléia (56,5%) e lacrimejamento (39,1%). Contudo, não ficaram evidenciados maiores alterações bioquímicas e hematológicas, exceto, pelos valores levemente aumentados de bilirrubina indireta, colesterol total, glicose e triglicérides, os quais não são capazes de especificar clínica e, pela presença de linfocitose relativa leve, com observação de linfócitos atípicos. Concluindo-se que, apesar das queixas sintomáticas, estes agentes de saúde apresentam seu perfil bioquímico e hematológico dentro dos padrões de normalidade, exigindo assim, no seu acompanhamento, uma maior ênfase a anamnese. |