As relações entre o sagrado e os círculos restaurativos no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Costa, Marielza Nobre Caetano da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Formação de Professores e Humanidade::Curso de Teologia
Brasil
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Ciências da Religião
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4662
Resumo: Esta pesquisa, inscrita na linha de pesquisa Cultura e Sistema Simbólico, tem por objetivo analisar como a espiritualidade age diretamente no sujeito contemporâneo, orientando sua forma de ver e de aceitar as mudanças sociais no campo do Direito criminal. A análise ocorreu no Tribunal de Justiça de Goiás, a partir da minha experiência como Facilitadora nos Círculos Restaurativos, que visam atuar na resolução de conflitos, com utilização de técnicas e elementos simbólicos advindos de rituais aborígenes, principalmente das nações indígenas do Canadá e da Nova Zelândia, como os Maioris. Os Círculos Restaurativos integram a Justiça Restaurativa, que busca superar o jusnaturalismo e o positivismo jurídico, que estrutura o sistema retributivo, ao vinculá-lo a um conceito jurídico-normativo de crime, que é balizado como fato típico, ilícito e culpável, resultando em ofensa ao Estado. Em contrapartida, a chamada Justiça Restaurativa apresenta um novo olhar, como uma nova possibilidade de resolução de conflitos, propiciando maior espaço de diálogo e de consenso, efetiva responsabilização do ofensor, além de local seguro e de maior atenção às necessidades da vítima e da comunidade, o que viabiliza a ressignificação da vida. Para tanto, atua para restaurar as relações rompidas pelo conflito ou, ao menos, minimizar os danos provocados por algum ato ou comportamento ilícito. No entanto, associações de símbolos dos círculos restaurativos com elementos de religiões de matriz africana, por parte de juristas e por pessoas que participam dos Círculos Restaurativos, têm levantado questionamentos sobre o caráter laico do judiciário. Entendemos, que o fenômeno antes de comprometer a laicidade do judiciário, expressa a intolerância religiosa no Brasil, em função dos regimes de representação negativos sobre a cultura afrobrasileira