Educação superior, política de cotas e jovens: das estratégias de acesso às perspectivas de futuro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Cavalcante, Cláudia Valente
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas
BR
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
UEG
UFG
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/717
Resumo: Esta tese de doutorado tem como objetivo principal compreender as estratégias de acesso e permanência de jovens beneficiários das políticas de cotas, bem como suas redes de sociabilidade, os sentidos a elas atribuídos e suas perspectivas de futuro. As políticas de cotas, como uma das formas de política de ação afirmativa, reivindicadas pelo Movimento Negro, foram implementadas em algumas universidades públicas estaduais em 2002 e tornaram-se lei em 2012. A adoção dessa política tem possibilitado o acesso de grupos historicamente excluídos do ensino superior, como os negros, indígenas e estudantes de escola pública. Como procedimento metodológico, foram aplicados questionários e realização de entrevista com dez jovens dos cinco cursos de alta seletividade na Universidade Estadual de Goiás e na Universidade Federal de Goiás. As entrevistas e os questionários possibilitaram uma análise da origem social, da trajetória de vida e da construção de redes de sociabilidade dos jovens. Os resultados apontam que, para obterem acesso à universidade, os jovens construíram novas redes sociais, tiveram pequenos investimentos escolares por parte das famílias, apreenderam o sentido prático do vestibular e aumentaram o capital escolar e informacional por meio de cursinhos. Quanto à permanência material e simbólica, foram identificados quatro tipos de estratégias utilizadas: estratégia de desempenho acadêmico, de enfrentamento, de polarização (SANTOS, 2009) e de asserção. Também se pesquisaram os sentidos que atribuem ao sistema de cotas e ao termo cotista. Para os jovens, o sistema de cotas significa uma possibilidade de entrada na universidade mais rápido e ser cotista é uma atribuição positiva. Quanto às perspectivas de futuro, os jovens apresentam três tendências: uma voltada para a docência universitária, uma incerteza quanto à entrada no mercado de trabalho e uma mudança do cursus acadêmico. O estudo possibilitou apreender como os jovens vivenciam sua condição de estudante de cotas e como constroem sua permanência e suas perspectivas de futuro baseados na trajetória acadêmica e nas condições materiais de existência. Evidenciou-se, também, que a permanência nos cursos de alta demanda é mais de caráter individual que coletivo ou institucional.