Aspectos Cognitivos de Autores de Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Perissinotto, Rodrigo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Ciências Sociais e Saúde::Curso de Psicologia
Brasil
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4243
Resumo: A presente dissertação de Mestrado está organizada em dois artigos, que têm como objetivo avaliar os aspectos cognitivos de autores de violência sexual (AVS) contra crianças e adolescentes, discutindo diferenças segundo a presença ou não de psicopatia. O primeiro artigo, um estudo comparativo, tem como objetivo avaliar os aspectos cognitivos de AVS por meio do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach (R-PAS) e sua comparação com os dados de referência de adultos no teste. Participaram desse estudo 70 AVS contra crianças e adolescentes que estavam cumprindo pena em regime fechado em uma instituição carcerária. Os instrumentos utilizados foram: um Protocolo de Coleta de Informações no Processo Criminal; o teste de Rorschach (RPAS), considerando as variáveis dos domínios Engajamento e processamento cognitivo e Problemas de pensamento e percepção. A análise de dados foi realizada por meio do teste t de Student para uma amostra, comparando os resultados dos AVS com as médias disponíveis nas tabelas normativas do manual do teste. Os resultados corroboram com os estudos que apontam perturbações cognitivas em AVS. Mais especificamente, os AVS revelaram envolvimento e processamento cognitivo mais simplista, com poucos recursos eficientes disponíveis para o envolvimento em situações de estresse, bem como perturbações na percepção e pensamento. O segundo artigo teve como objetivo discutir as diferenças cognitivas, como avaliadas pelo R-PAS, entre AVS segundo a presença ou não de psicopatia. Além disso, buscou compreender o quanto os aspectos cognitivos podem explicar a variância do construto psicopatia. Participaram do estudo 30 AVS voluntários (10 psicopatas, 20 não psicopatas), cumprindo pena em regime fechado em uma penitenciária. Os instrumentos utilizados foram: um Protocolo de Coleta de Informações no Processo Criminal; o Psychopathy Checklist-Revised (PCLR) para caracterizar a psicopatia; o teste de Rorschach (R-PAS), considerando as variáveis dos domínios Engajamento e processamento cognitivo e Problemas de pensamento e percepção. As análises dos dados utilizaram o teste t de Student, o tamanho do efeito por meio do d de Cohen e análises de regressão. Na comparação entre grupos, observou-se que o grupo dos participantes com psicopatia apresentou desorganização do pensamento, bem como maior vulnerabilidade à desorganização geral da personalidade. O melhor modelo de regressão identificou que 55% da psicopatia pode ser explicada por uma maior propensão ao desajuste geral da personalidade como avaliado pela variável EII-3 do R-PAS, associada à predisposição para ser preso mais jovem. Os resultados encontrados nos dois trabalhos sugerem que déficits cognitivos constituem vulnerabilidades para o desenvolvimento de transtornos associados à criminalidade e também à violência sexual.