Conversas sobre sentimentos sexuais na relação terapêutica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Pitanga, Artur Vandré
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Ciências Sociais e da Saúde
Brasil
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/3646
Resumo: As psicoterapias comportamentais e cognitivo comportamentais apresentam desenvolvimento nas ultimas décadas na maneira de intervir, compreender e manejar a relação entre psicoterapeuta e paciente. Três gerações de psicoterapia comportamental marcam esse desenvolvimento, conferindo ao trabalho de psicologia clínica interesse sobre aspectos subjetivos e vivenciais da relação entre psicoterapeuta e paciente. A relação psicoterapêutica pode proporcionar transformações e vivências significativas tanto para o paciente, quando para o terapeuta. Vários sentimentos podem surgir durante uma sessão, entre eles os sentimentos sexuais ou aproximação romântica do paciente por seu psicoterapeuta. As psicoterapias descrevem como os terapeutas devem entende, usar e manejar sentimentos na relação com o paciente. As psicoterapias comportamentais contemporâneas convidam o psicoterapeuta a usar sua própria pessoa e seus sentimentos como ferramenta terapêutica, faz-se necessário saber como essa exigência funciona para a pessoa do profissional na realidade do consultório. A presente tese procura esclarecer, especificamente, o que envolvem os sentimentos sexuais do paciente na relação psicoterapêutica e como os terapeutas manejam esses sentimentos do paciente. O objetivo principal é esclarecer sobre o impacto e as implicações dos sentimentos sexuais do paciente, no relacionamento terapêutico na psicoterapia analítico comportamental e cognitivo comportamental. A pesquisa tem cunho qualitativo, exploratória e interpretativa, de acordo com uma abordagem contextualista e método indutivo, tendo como base a teoria fundamentada nos dados (grounded theory). Foram entrevistados 28 terapeutas, (27 do sexo feminino e 1 do sexo masculino) com no mínimo dois anos de atuação profissional, convidados a relatar situações vivenciadas em ambiente clínico relacionadas à tentativa de pacientes de envolvimento sexual e aproximação romântica. As entrevistas semiestruturadas realizadas foram transcritas e submetidas a codificação analítica com a intenção de permitir a emergência de categorias que descrevem as dinâmicas dos sentimentos sexuais do paciente na perspectiva do terapeuta que é objeto destes. Pacientes tentam romper limites na relação ao comentar características físicas que a terapeuta possui, idealizar e elogiar a terapeuta de forma sedutora, relatar fantasias sexuais em relação à terapeuta, fazer perguntas pessoais à terapeuta, convidar a terapeuta para sair e tentar obter o contato físico prolongado e com intensidade fora do padrão convencional. O impacto sobre os sentimentos dos terapeutas: constrangimento, desconforto, culpa, incomodo e impotência, espanto e susto, vergonha e sentir-se desrespeitado e invalidado. Terapeutas comportamentais tentam manejar as rupturas do quadro clínico tentando tornar a relação mais profissional, bloqueando comportamento do paciente, buscam apoio externo, ou aproveitam os sentimentos expressos pelo paciente para o processo terapêutico. Como consequência do manejo dos terapeutas alguns pacientes desistem, sendo que outros permanecem na terapia e experimentam benefícios em termo de mudança comportamental.