A ADESÃO DO GOVERNO MUNICIPAL DE ILHÉUS À AGRICULTURA FAMILIAR

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Carlos Henrique Nascimento
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Gestão e Negócios::Curso de Ciências Econômicas
Brasil
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Desenvolvimento e Planejamento Territorial
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4061
Resumo: A partir da decadência da economia cacaueira, no final dos anos 1980, a agricultura familiar entrou na agenda pública em Ilhéus e passou a receber incentivos para o seu desenvolvimento. A execução do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e do Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), por cooperativas e pelo poder municipal, a partir do ano de 2006, apontam para o rompimento com a tradição coronelista e para o surgimento de novas relações sociais no município. A dominação política imposta pelos coronéis de cacau à sociedade ilheense, em mais de século de apogeu econômico da cacauicultura, gerou um ambiente de grande agitação social, marcado por ferrenhas disputas políticas. Passados mais de três décadas do enfraquecimento político e econômico desses latifundiários, essas marcas ainda continuam presente no município. A execução dos programas foi feita num contexto de divisões e intrigas políticas, sendo que os agricultores passaram a ser filiados em associações e cooperativas que vivem em disputas por espaços de poder em Ilhéus. Por outro lado, dependendo da gestão municipal, determinado grupo de agricultores e sua cooperativa terão primazia nos programas executados. Percebe-se que essa situação dificulta a organização e o desenvolvimento desses agricultores, que continuam, em sua maioria, sem apoio e enfraquecidos economicamente. Com base nesse quadro, objetivou-se investigar os motivos que levaram o governo municipal a fazer a implementação simultânea do PAA, do PNAE e do ATER. Assim sendo, acredita-se que não estando superados os conflitos e as contradições que marcam essa sociedade, os benefícios dessa ação política podem favorecer grupos políticos que buscam a perpetuação no poder local. Para a consecução do objetivo proposto, a coleta de dados foi realizada por meio de fontes primárias e secundárias: foram feitas entrevistas com secretários municipais, presidentes de cooperativas, agricultores, entre outros; além disso, foram feitas pesquisas na internet e em fontes bibliográficas. Os dados coletados dizem respeito ao processo de execução dos programas no município, aos benefícios, aos favorecidos, à representação e à estrutura dos agricultores. Conforme se apurou, a execução dos programas pelo poder municipal buscou, entre outras coisas, dividir o protagonismo político junto aos agricultores familiares em razão do surgimento de lideranças rurais no campo adversário. Ao invés de promover a articulação e a organização da categoria, ações políticas implementadas deram origem a divisões e disputas entre os segmentos rurais do município.