DA IDEALIZAÇÃO À (DES)SUBSTANCIALIZAÇÃO DO SER DA MULHER NAS OBRAS: ORGULHO E PRECONCEITO, DE JANE AUSTEN E A PAIXÃO SEGUNDO G. H., DE CLARICE LISPECTOR.
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas BR PUC Goiás Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://localhost:8080/tede/handle/tede/3209 |
Resumo: | Esta dissertação pretendeu estudar dois grandes romances: Orgulho e preconceito, de Jane Austen e A paixão segundo G. H., de Clarice Lispector, pondo em relevo a construção e a desconstrução do ser da figura feminina na literatura. Em Orgulho e preconceito, observou-se que a figura da mulher foi construída a partir de uma visão romântica. A figura feminina surgiu como discurso do outro, fruto da idealização de uma sociedade com bases no controle dos homens sobre as mulheres. As relações possessivas dentro da família e da sociedade mostraram-se provenientes da religião e do modelo patriarcal, veículos legitimadores que contribuíram para a formação da identidade feminina no século XVIII. A figura feminina, consciente de seu papel social, discute, por meio da narrativa, os temas relacionados ao matrimônio e às funções destinadas à mulher, questionando o engessamento social que nega a subjetividade feminina. Em A paixão segundo G. H., observou-se uma visão moderna da linguagem, com traços do pós-modernismo. Finalmente, pretendeu-se estabelecer um diálogo entre os dois romances, na busca de paralelos que comprovassem que a mulher, construída em Orgulho e preconceito, passou por um processo de desconstrução, configurado na personagem G. H., na obra de Clarice Lispector. Isso se deu, por meio de uma desconstrução discursiva e do processo de (des)substancialização da personagem feminina que, ao tomar consciência do condicionamento social sobre sua identidade, passou a se desconstruir. A forte presença do monólogo interior fez a narração deslanchar para o fluxo da consciência, em que a personagem foi sendo desconstruída e perdendo sua forma humana, na busca da compreensão de sua própria existência. |