HABITUS PROFESSORAL DO ENGENHEIRO: modos de ser e de ensinar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Moisés Gregório da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Formação de Professores e Humanidade::Curso de Pedagogia
Brasil
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/3722
Resumo: Essa pesquisa tem por objeto de estudo o Professor Engenheiro. O problema central da pesquisa mostra-se presente em duas indagações: Como é a prática docente do Professor Engenheiro? Quais os modos de ser, pensar, agir e ensinar do Professor Engenheiro? Pretende-se compreender qual a maneira do Professor Engenheiro exercer a docência. Busca-se saber como sua forma de ser, de trabalhar, de aprender, de pensar, de agir e de perceber o mundo à sua volta influencia nas questões de sua prática pedagógica, uma vez que não é licenciado. Em nenhum momento pretende-se apresentar soluções para os problemas, mas apenas uma construção coletiva, buscando alternativas para prática pedagógica do pesquisador. Não se desejam velhas respostas, mas sim novos questionamentos. Como estratégia metodológica de investigação, adota-se a pesquisa participante, realizada com Professores Engenheiros do curso de Engenharia Civil do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), Câmpus Aparecida de Goiânia. O estudo foi desenvolvido retomando-se aspectos históricos, culturais e sociais dessa instituição, pois a compreensão da memória, da história e da cultura escolar pode ajudar no entendimento das relações sociais, educacionais, profissionais e pedagógicas no espaço estudado. Pela análise do objeto de pesquisa, o trabalho necessariamente se encaminhou para a pesquisa qualitativa, uma vez que o interesse é estudar o Professor Engenheiro, seus modos de agir, de ser e sua história no contexto socioprofissional a partir da sua própria percepção e das condições que o cercam. O levantamento dos dados foi realizado por meio de entrevistas semiestruturadas que possibilitaram a construção e a composição da resposta pelo professor, permitindo assim extrair mais informações. Foram utilizadas seis categorias de trabalho que permitiram melhor sistematização da pesquisa de campo por parte do pesquisador. Do ponto de vista dos aportes teórico-metodológicos, orientaram os estudos conceitos do sociólogo Bourdieu (1983a, 1983b, 1989, 1996, 2003, 2007). Outros autores também contribuíram na fundamentação teórica desta pesquisa, como: Tardif (2000, 2014), Freire (1991), Nóvoa (1995, 2013), Cunha (2014), Mészáros (2005), Castro (2013), Bazzo (1998, 2006), Nogueira, M. e Nogueira C. (2004), Palacín (2008), Brzezinski (2008, 2010), Baldino (2014), além de documentos institucionais e do ordenamento jurídico brasileiro. Por meio dos estudos teóricos e da pesquisa de campo realizada, pôde-se concluir que são características peculiares do Engenheiro e, portanto, do Professor Engenheiro o pragmatismo e a necessidade da aplicabilidade imediata do conhecimento em suas ações, incluindo assim a docência. Essa afirmação não significa que o Professor Engenheiro não se preocupa com as ações pedagógicas ou que não reflete sobre suas práticas profissionais ou sobre questões educacionais mais amplas. Ao contrário, todos afirmaram e demonstraram ser importante esse conhecimento para o exercício da docência e buscam de alguma forma apropriar-se dele. Outros pontos convergentes verificados pela pesquisa de campo foram: a compreensão que os professores têm sobre o nível de interesse dos estudantes, considerado muito aquém do necessário; uma frágil base de conhecimentos em matemática e ciências pelos alunos, o que dificulta o exercício da atividade docente; a desvalorização social do trabalho docente, sobretudo se comparado ao trabalho de Engenheiro, e o reconhecimento da influência marcante de outros professores em suas práticas atuais, inclusive a busca pelo espelhamento nesses mestres.