A personagem feminina de autoria feminina: voz e silenciamento em três contos de Lídia Jorge

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Soares, Adriana Spineli Lucena
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Formação de Professores e Humanidades
Brasil
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/5090
Resumo: Julio Cortázar (2008) enfatiza que um conto é significativo quando quebra seus próprios limites com essa explosão de energia espiritual que ilumina bruscamente algo que vai muito além da pequena e, às vezes, miserável história que conta. Um conto genuíno transcende a capacidade de vivificar sensações: é um objeto estético que pode ser analisado como um documento historiográfico, reconhecedor da identidade de um determinado grupo social. Tais traços estão presentes nos contos "O Belo Adormecido", "As três mulheres sagradas" e "Viagem para dois", da autora portuguesa Lídia Jorge. O objetivo da presente pesquisa é investigar o processo de construção da personagem feminina na escrita de autoria feminina. Nessa perspectiva, o trabalho se assenta no tripé: a personagem feminina; a escrita de autoria feminina; e o lugar que essa escrita ocupa na historiografia da contística portuguesa. Busca-se evidenciar por meio da escrita potente da autora a desconstrução de estereótipos femininos ao mesmo tempo em que emerge, através da voz e do silenciamento das protagonistas de cada conto, um tom de reivindicação do lugar e dos direitos da mulher em meio a uma sociedade arraigada à lógica patriarcal ainda vigente. Lídia Jorge, cria seres ficcionais distantes dos clichês que dividem o mundo entre as esferas dos imaculados e a zona dos corrompidos, e chama a atenção para o caráter autenticador da escrita feminina. Essas particularidades presentes em cada um dos contos exploram a linguagem poética narrativa, tomando-se o conceito de caracol da linguagem (CORTÁZAR, 2008) a partir da autoria feminina. A pesquisa fundamenta-se no aporte teórico-crítico para os estudos de autores(as) e obras que tratam sobre o conto, a personagem e a autoria feminina, a exemplo de Julio Cortázar, Roland Barthes, Jonathan Culler, Antoine Compagnon, Tzvetan Todorov, Michelle Perrot, João Décio, Carlos Reis, Lídia Jorge, Lúcia Branco, Virginia Woolf, Elódia Xavier, Linda Hutcheon, dentre outros e outras. Essas reflexões buscam entender, a partir do arcabouço teórico, como a literatura por meio das múltiplas exteriorizações traz à tona uma forma de compreensão mais humana das relações sociais e históricas atestando, assim, a fruição da escrita