AVALIAÇÃO IMUNOLÓGICA DOS INDIVÍDUOS EXPOSTOS À RADIAÇÃO IONIZANTE DO 137Cs, NO ACIDENTE RADIOATIVO DE GOIÂNIA (BRASIL).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Assunção, Julieny Avelina de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências da Saúde
BR
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Ciências Ambientais e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/3039
Resumo: Em 13 de Setembro de 1987, ocorreu em Goiânia o maior acidente radioativo do hemisfério ocidental. Uma cápsula contendo Césio-137 (137Cs), proveniente de uma unidade de radioterapia, foi violada contaminando mais de 200 pessoas e levando quatro indivíduos a óbito. A partir do acidente, a saúde e o bem estar geral dos indivíduos envolvidos passou a ser uma preocupação constante das autoridades de saúde e principalmente da Fundação Leide das Neves, criada para apoiar e assistir as pessoas envolvidas. O presente estudo teve por objetivo avaliar, nos radioexpostos ao 137Cs no acidente de Goiânia, se esta exposição induziu alterações imunológicas como: a produção de auto-anticorpos anti-nucleares (FAN-HEp2) e fator reumatóide, alteração na contagem global de leucócitos e nos valores de imunoglobulinas séricas (IgG, IgM e IgA). É sabido que a exposição à radiação ionizante induz danos ao DNA, resultando em mutação, principalmente nas células que apresentam maior atividade mitótica, como células da pele, revestimento intestinal e órgãos hematopoiéticos. Com base em estudos nos pacientes expostos ao 137Cs, a partir da avaliação da freqüência de mutações, foi estimado um aumento do risco de carcinogênese nesses indivíduos. Os dados obtidos em estudos de outros acidentes radioativos como o de Chernobyl e da bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki, demonstram que a radiação, além dos efeitos agudos, induz alterações medulares, maior predisposição ao desenvolvimento de neoplasias, doença auto-imune da tireóide, gastrite, doenças infecciosas, entre outras enfermidades. Tem sido sugerido que alterações na resposta imunológica contribuem para o surgimento dessas anormalidades, sobretudo aquelas relacionadas às proporções de células T e B, às concentrações de anticorpos séricos, prejudicando as respostas celulares e até mesmo a produção de auto-anticorpos. Neste estudo, os indivíduos expostos ao 137Cs no acidente de Goiânia, quando comparados aos não expostos, não apresentaram maior reatividade a auto-antígenos, assim como não apresentaram nenhuma alteração significativa nos níveis do fator reumatóide. Entretanto, observamos um aumento na contagem global de linfócitos por mm3 em indivíduos expostos e no nível de IgM nos indivíduos expostos a uma menor dose de radiação ionizante.