História e memória da educação do surdo em Goiás: escola estadual especial Maria Lusia de Oliveira (1988-2015)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Paulo Cesar Soares de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Formação de Professores e Humanidades
Brasil
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4868
Resumo: O presente estudo é fruto do programa de pós-graduação stricto sensu em Educação da Escola de Formação de Professores e Humanidades da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, da linha de pesquisa Educação, Sociedade e Cultura. O objetivo desta pesquisa é a busca da história do processo educativo da pessoa surda em Goiás, bem como da sua organização social e linguística – e de vestígios dessa educação –, com enfoque a partir da década de 1980 até o ano de 2015. Trata-se de um período fecundo em políticas públicas e legislação estruturante da educação especial e inclusão da pessoa surda no Brasil e em Goiás. Com vistas a atingir o objetivo proposto, optei por investigar a extinta instituição escolar denominada Escola Estadual Especial Maria Lusia de Oliveira, tendo em vista que sua trajetória (criação, funcionamento e extinção) coincide com o circunscrito no recorte temporal desta pesquisa. Além da instituição escolar, propus-me também a conhecer a narrativa histórica da vida da educadora Maria Lusia de Oliveira, homenageada ao dar seu nome à escola investigada. A partir da história oral, buscou-se catalogar, organizar e registrar os relatos, as memórias, os testemunhos e as fontes imagéticas até então pulverizadas de forma informal. A pesquisa de campo é composta pela análise das fontes documental e imagética angariadas e da análise das entrevistas orais dos sujeitos que participaram dos 27 anos de existência da instituição Maria Lusia e de amigos/as e parentes que testemunharam sobre a vida da personagem Maria Lusia. A pesquisa bibliográfica busca abarcar os conceitos e as categorias fundantes na perspectiva da História Cultural, analisando obras de pesquisadores como Le Goff (2003), Pesavento (2005) e Chartier (1987). Sobre história e memória, lancei mão de Ricoeur (2000), Pollak (1989) e Halbwachs (2004). Já sobre História Oral, Arendt (1993; 2010; 2011), Bourdieu (1986) e Thompson (2005). Para a análise da instituição escolar, Bosi (1984) e Magalhães (2004) foram utilizados. Para o contexto histórico brasileiro educacional da educação de surdos/a, as produções de Skliar (1997 e 2010), Goldfeld (2002) e Rocha (2009) subsidiaram o estudo. Conclui-se que diante das mudanças de paradigmas na educação especial no Brasil nas últimas décadas, as políticas públicas que antes fundamentaram a manutenção das escolas especiais deixam de existir. O que se pode perceber com a pesquisa é que, a partir do novo paradigma da educação inclusiva, que ganhou força no Brasil nas duas primeiras décadas do século XXI, tais instituições passaram a ser vistas como obsoletas e como entraves para a plena inclusão social, educativa e linguística da pessoa surda. Considerando que a perspectiva da inclusão apregoa que o estudante deve estudar em uma instituição de ensino regular, e não especial, essa política e visão pedagógica levaram inevitavelmente à extinção ou reformulação das escolas especiais do país.