A EJA EM UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA FEDERAL DE ENSINO: ENTRE POLÍTICAS E PRÁTICAS DE UMA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Formação de Professores e Humanidade::Curso de Pedagogia Brasil PUC Goiás Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/3837 |
Resumo: | Ainda no século XXI, milhões de brasileiros não têm usufruído o direito à Educação de Jovens e Adultos (EJA). Esta pesquisa teve como objeto de investigação a EJA integrada à Educação Profissional (EP) técnica de nível médio, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), a partir do Decreto nº 5840 de 2006, que instituiu o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de EJA (PROEJA). O problema de pesquisa se circunscreveu em apreender, compreender e interpretar quais os entraves para o cumprimento do Decreto em relação à oferta de vagas de cursos EJA no IFG. Na tentativa de respondê-lo e de atender aos objetivos propostos, recorreu- se ao método materialista histórico dialético e realizou-se pesquisa bibliográfica e pesquisa empírica. A coleta de dados ocorreu em dois câmpus do IFG com aplicação de questionários a dois gestores, seis professores e nove alunos dos cursos EJA e roteiros de entrevistas aos gestores e alunos. Um dos grandes desafios, apontados no estudo, foi a questão da evasão escolar, vista como um processo multifacetado. Foi relatado por docentes que a matriz curricular de um dos cursos continha conteúdos comuns aos do curso superior e que nem sempre havia um envolvimento significativo de todos os professores que atuavam na EJA no sentido de adotar metodologias diferenciadas. Além do abandono do curso, outros desafios apontados foram a efetivação da integração da EJA com a EP; a oferta de diferentes modalidades de ensino na mesma instituição e o interesse da gestão e de grupos de professores em consolidar outras modalidades de ensino. Os alunos entrevistados eram sujeitos de itinerância, abandonaram os bancos escolares por diversos fatores e, depois de até 20 anos afastados da escola, eles retornaram e permanecem no curso em busca de qualificação profissional, obtenção do diploma, na esperança de conseguir um trabalho melhor. Entretanto, muitos relataram dificuldade de aprendizado em determinadas disciplinas, pouca concentração nas aulas, professor que não sabia ensinar o conteúdo e nem respondia as dúvidas dos alunos. A EJA foi referida como um desafio para os professores, talvez pela falta de formação para atuar nessa modalidade de ensino. Apesar dos desafios, a Instituição já conseguiu avançar em alguns aspectos: apoio da coordenação em determinadas situações e o despertar do interesse dos alunos pelos estudos. Algumas estratégias pedagógicas pontuais, porém, exitosas, já têm sido praticadas, como o estímulo pela troca de experiência entre os estudantes, a valorização daquilo que já sabem e o planejamento de disciplinas que buscam integrar diversos conteúdos. Ouvir esses sujeitos possibilitou compor o perfil dos estudantes que a instituição deveria atender, bem como permitiu reflexões sobre o contexto em que vivem esses trabalhadores, sua relação com o mundo do trabalho e o papel escola. Enfim, apesar do reconhecimento nos dispositivos legais e normativos quanto à obrigatoriedade, à gratuidade e à especificidade, infelizmente a EJA ainda está relegada ao segundo plano e com inúmeros desafios, dentre eles a efetividade de políticas públicas que de fato ofereçam condições de acesso e terminalidade dos estudos, e particularmente, quando integrada à EP. |