Retecendo voz e vez: o papel das assembleias de classe na mediação e na resolução de conflitos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Tordin, Denise Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15569
Resumo: Esse estudo consistiu em compreender o papel das assembleias de classe no âmbito escolar. Para tanto, um de nossos objetivos específicos foi o de investigar de que maneira Escolas Municipais de Ensino Fundamental I de Campinas/SP (EMEFs) realizavam a mediação de conflitos no contexto escolar. Dessa forma, por meio de investigação empírica, refletimos sobre a pergunta: como as assembleias de classe se constituem em EMEFs de Campinas/SP e em que medida podem favorecer a compreensão da ética no espaço escolar? Para essa discussão, nos fundamentamos nos pressupostos teóricos de Edgar Morin, no sentido de compreender seu conceito de ética complexa e perceber as conexões entre essa temática e as assembleias de classe. Além disso, refletimos de que maneira o desenvolvimento da ética complexa pode interferir na formação de crianças e de jovens, considerando a realidade de algumas escolas municipais de Campinas/SP. Do ponto de vista metodológico, selecionamos, pelo critério do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) dos anos iniciais do ensino fundamental, duas EMEFs de cada região de Campinas/SP: a de maior e a de menor Ideb das regiões sudoeste, sul, leste, noroeste e norte formando, portanto, um grupo com dez escolas participantes da pesquisa. Para a produção de dados, optamos pela entrevista semiestruturada a fim de ouvir cada participante no tocante às suas concepções sobre as temáticas: conflito e sua mediação, ética, relações humanas e assembleias de classe. Com isso, entramos em contato com o ponto de vista de educadores envolvidos com turmas de quinto ano, orientadores pedagógicos e diretores das unidades educacionais. Nas escolas em que havia um trabalho sistematizado com assembleias de classe fizemos também a observação dessa prática pedagógica, no sentido de perceber o que existe de peculiar em cada espaço escolar e compreender a maneira com que os assuntos e os conflitos discutidos nas assembleias eram desenvolvidos entre os estudantes e os educadores. As entrevistas e as observações foram fundamentais para a pesquisa pois, em se tratando de um estudo que descreve um fenômeno educacional, os sujeitos são únicos e singulares e, a fala e as atitudes de cada um trazem sua individualidade e apreensão daquela realidade. De maneira geral, percebemos que, em todas as assembleias de classe emergem pautas de interesse dos estudantes que, muitas vezes, configuram-se em suas curiosidades. Do nosso ponto de vista, as educadoras deveriam investir mais no aprofundamento dessas temáticas e buscar as inter-relações entre as disciplinas no sentido de minimizar a fragmentação do conhecimento – apontada por Morin (2002, 2009, 2013) – fomentar a compreensão dos problemas fundamentais e globais e ensinar a viver, reencantando o conhecimento. Por meio desse estudo, podemos considerar que a assembleia de classe é uma prática pedagógica que possui um imenso potencial para favorecer a compreensão da ética complexa, pela perspectiva de Morin (2017), se houver uma organização pedagógica que favoreça a prática de reflexões e de exercícios de autoconhecimento, assim como a aproximação com a literatura, no sentido de compreender as atitudes provenientes da condição humana.