Queimadura e sofrimento a partir da narrativa de uma psicóloga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Pansani, Sara Regina Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15985
Resumo: O objetivo desta pesquisa consistiu em apreender o sofrimento vivido por pacientes a partir da experiência de uma psicóloga em uma unidade para tratamento de queimados de um hospital localizado no estado de São Paulo. Desenvolveu-se como uma pesquisa qualitativa de inspiração fenomenológica. Uma narrativa foi construída como estratégia metodológica pela psicóloga/pesquisadora para apreender elementos significativos vividos no trabalho cotidiano com pacientes, familiares e equipe multiprofissional. Incluiu lembranças, impressões, imagens, sentimentos e pensamentos que possibilitaram a emergência de alguns significados: o contexto da unidade para queimados constitui um ambiente que oferece, além de tratamento, acolhimento aos pacientes e seus familiares. Ao longo do período de hospitalização, os pacientes passam por grande sofrimento físico e psicológico: sentem-se vulneráveis e desprotegidos; ressentem-se da ausência dos familiares e do isolamento. A maneira como significam as causas que provocaram o acidente que os vitimou tem importância no processo de recuperação, assim como a forma como enfrentam a dor física intensa e a dependência por necessitarem de cuidados. Os familiares desempenham papel importante no processo de recuperação dos pacientes ao transmitirem segurança e afeto; neste sentido, acabam por fazer parte da equipe, auxiliando no processo de retomada da autonomia. A equipe multiprofissional reage de maneira paradoxal às queixas dos pacientes. A rotina exaustiva parece dificultar a capacidade de compreender e acolher. Por outro lado, demonstram disponibilidade e empenho para realizar os procedimentos necessários à recuperação. A experiência da pesquisadora possibilitou entrar em contato com novos significados no que se refere à relação entre dor e sofrimento. Constatou a importância de uma atenção psicológica específica naquele contexto capaz de disponibilizar ao paciente espaço para expressar sentimentos de solidão, medo e angústia face ao desconhecido. Por outro lado, a equipe e os familiares também demandam atenção a fim de poderem desempenhar os cuidados necessários. Conclui-se que sofrer queimadura grave e ser hospitalizado constitui uma experiência que impõe ao paciente uma reestruturação no modo de ser e de viver que afeta tanto os profissionais que compõem a equipe como também as famílias.