A relação entre o fator de visão do céu e a temperatura do ar em diferentes zonas climáticas locais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Soeira, Marcelo Rezende Calça
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15107
Resumo: A presente pesquisa teve como objetivo estimar e comparar as correlações entre o FVC e a variação da temperatura do ar encontradas em diferentes zonas climáticas situadas em um recorte da cidade de Campinas- SP. O fator de visão do céu (FVC) é um parâmetro adimensional utilizado para descrever a proporção de céu visível, em um determinado local, a partir do nível do solo. No ambiente urbano, seu valor está fortemente relacionado ao grau de compactação e verticalização da malha construtiva. Outro fenômeno relacionado ao grau de compactação e verticalização da malha urbana é o fenômeno da Ilha de Calor Urbana (ICU), caracterizado pela retenção do calor absorvido no ambiente construído. Por este motivo, é grande o número de pesquisas que estudam a correlação entre o FVC e o fenômeno da Ilha de Calor Urbana em diversas cidades do mundo. Através de métodos sistemáticos para o reconhecimento e documentação de heterogeneidades da malha urbana, como o método das Zonas Climáticas Locais (LCZs), que classifica áreas urbanas em zonas climáticas locais de acordo com sua tipologia construtiva e cobertura de superfícies, tornou-se possível avaliar a variação desta correlação em um contexto intramunicipal. Através de campanhas de medições móveis e de pontos fixos de monitoramento, a intensidade da ilha de calor urbana na área de estudo foi avaliada. A área de estudo foi classificada em onze LCZs de acordo com sete parâmetros urbanísticos obtidos por geoprocessamento (relação altura-largura, FVC, área edificada, área impermeável, área permeável, altura média dos elementos de rugosidade e classe de rugosidade). Regressões lineares foram estabelecidas entre a intensidade da ICU às 21:00 e valores de FVC (pontuais e médios para um raio de 100m) em áreas de análise correspondentes a oito LCZs. Para valores de FVC entre 0,20 e 0,45, a elevação aproximada da temperatura do ar em LCZs de arranjo compacto e verticalização baixa a média-alta é 1,5 a 2,2 °C; para valores de FVC entre 0,45 e 0,7 em LCZs de arranjo compacto e verticalização baixa e média-baixa, a elevação aproximada da temperatura do ar foi de 0,7 a 1,5 °C; e para valores de FVC entre 0,60 e 0,90 em LCZs de arranjo esparso e verticalização baixa, a variação aproximada da temperatura do ar foi de 0,0 a -0,2 °C. Assim, conclui-se que a influência do FVC na elevação da temperatura do ar em áreas urbanizadas varia conforme a composição morfológica e superficial do tecido urbano. Para que o FVC seja utilizado efetivamente em estratégias de mitigação da ICU, essa relação deve ser considerada.