Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Gustavo Presídio de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
PUC-Campinas
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15682
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Resumo: |
A dificuldade de alguns casais para gerar um filho pelo método natural foi o que motivou a ciência médica a desenvolver a Reprodução Humana Assistida (RHA). A Fertilização In Vitro (FIV) é uma das técnicas da RHA que, juntamente com o uso de óvulos doados, favorece as mulheres que apresentam certa incapacidade física para gerar óvulos saudáveis para fertilização. Nesse sentido, tal contexto também motivou o pesquisador desse estudo, porém com o objetivo de compreender, a partir das teorias psicanalíticas e grupanalíticas, o processo e o funcionamento psíquico de três casais que se submeteram ao tratamento de reprodução assistida, com receptação de óvulos doados, tendo gerado seus filhos com sucesso. O método de investigação psicanalítico configurou-se como a melhor opção para a realização dessa pesquisa, já que envolveu a análise e compreensão das vivências emocionais, a partir do registro de um encontro com cada casal. Para a apreciação do material coletado foi empregada a técnica de análise interpretativa de conteúdo inconsciente criada por Mathieu, assim como a técnica grupal, tendo em vista o casal como uma configuração de grupo especial. Para tanto, foi realizada uma pergunta disparadora, pelo entrevistador, e em seguida os cônjuges associavam livremente a respeito de suas experiências durante todo o tratamento de RHA. Os resultados encontrados mostram que a sugestão em receber óvulos doados trouxe a esperança em poder ter o tão desejado filho mas, por outro lado, a frustração em não ter um filho geneticamente parecido com a mãe. Os casais atravessaram momentos de sofrimento físico e psíquico para realização do desejo de terem um filho, assim como continuam em processo de elaboração psíquica a respeito da perda narcísica por não conseguirem ter um filho biológico por parte da mãe. Além disso, foi detectado que nos casais o inconsciente produziu algumas formulações psíquicas, tanto na vivência que tiveram ao longo do tratamento quanto durante as entrevistas, tais como: desejos inconscientes; fantasias inconscientes originárias: fantasias das diferenças do sexo e fantasia de castração; complexos familiares; sentimentos de ilusões messiânicas; e fantasias persecutórias. Contudo, ressalta-se que foi detectado também que os casais conseguiam se organizar em seus vínculos afetivos e, por conseguinte, amenizavam suas angústias mediante um pacto negativo de não revelarem a ninguém sobre o tratamento que se submeteram, até mesmo ao próprio filho. Este segredo fortaleceu as alianças inconscientes do casal, mediante a perda narcísica de não conseguirem ter o filho que fantasiavam. Decerto que, a partir dos resultados obtidos nesse estudo, faz-se necessário um acompanhamento psicológico aos pacientes antes, durante e após o período do tratamento, bem como maior esclarecimento da importância do profissional da psicologia na composição da equipe clínica e sua atuação, também, com estes profissionais, já que podem lidar com ansiedades e frustrações quando os resultados dos tratamentos não são positivos. |