Um estudo acerca da escolha pela vasectomia a partir de referenciais da psicanálise intersubjetiva e de gênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Honda, Cintia Morinaga
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-05032015-151604/
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo analisar o processo de escolha pela vasectomia, sob referenciais teóricos psicanalíticos intersubjetivos e de gênero. Enquanto procedimento médico, a vasectomia é um método contraceptivo cirúrgico realizado em homens, de caráter definitivo. A eleição dessa temática justifica-se tanto pelo aumento crescente de realizações desta cirurgia no Brasil, quanto por ser uma intervenção que envolve o casal, na interface entre conjugalidade e parentalidade, aspecto pouco estudado na literatura. Consideramos como elementos presentes nessa escolha as mudanças ocorridas na sociedade referentes às diferenças de gênero, nos âmbitos familiar, no trabalho e nas relações sociais, bem como a transformação dos vínculos conjugais. De metodologia clínico-qualitativa, foram realizadas entrevistas semi-dirigidas com dois casais, de faixa etária entre 31 a 37 anos (período de grande fertilidade feminina), que pretendiam realizar este procedimento cirúrgico. As entrevistas abordaram temas relacionados ao processo de escolha pelo método cirúrgico, dinâmica do casal e histórico familiar, atravessadas por questões sociais, geracionais e culturais. A complexidade do tema exigiu um recorte, fracionado em capítulos sobre as políticas públicas envolvidas no método contraceptivo, a questão da escolha do casal e a problemática de gênero. Concluiu-se que a escolha pela vasectomia para os casais analisados relacionou-se ao controle do número de filhos vinculado a questões sócio-econômicas. Além disso se apresentou associada a diferentes fantasias pertinentes à dinâmica vincular: projeção de uma vida sexual mais prazerosa, desatrelada da reprodução; manejo da reprodução associado ao controle e manutenção do vinculo. Por fim, levantou-se que a escolha pela vasectomia foi também resultante das políticas públicas vigentes voltadas para o método, além das questões de gênero. Verificou-se nos casais entrevistados que, embora a vasectomia seja efetivada no corpo do homem, a escolha por tal método está inserida no campo conjugal e implicada, portanto, nos aspectos interrelacionais e na sua dinâmica vincular