Fatores associados ao atraso no tratamento da síndrome do escroto agudo em crianças e adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Garcia, Rodrigo Maselli Thomé
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/14910
Resumo: Introdução: a Síndrome do Escroto Agudo configura uma emergência médica. Algumas crianças e adolescentes não conseguem ser atendidas por um profissional especializado ou habituado nessa condição patológica do escroto agudo em especial a Torção do Cordão Espermático, muito chamada também de torção testicular. A demora no atendimento e tratamento desses pacientes, desinformação dos próprios pacientes, familiares ou profissionais da área da saúde podem causar danos irreversíveis ao testículo. Objetivo: correlacionar fatores que atrasaram o diagnóstico e tratamento da síndrome do escroto agudo com a perda do testículo. Método: os prontuários de 127 pacientes desde março de 2007 a maio de 2017 foram analisados nos Serviços de Prontuário de Pacientes do Hospital e Maternidade Celso Pierro. Os pacientes que foram submetidos à cirurgia estão inclusos no estudo (n=71). Pacientes com prontuários incompletos, idade maior que 18 anos ou que não foram submetidos ao tratamento cirúrgico não foram incluídos no estudo (n=56). Foi realizada análise exploratória de dados através de medidas descritivas (média, desvio padrão, mínimo, mediana, máximo, frequência e porcentagem). Os grupos de orquiectomia e orquidopexia foram comparados através do teste de MannWhitney (idade, distância da casa até o hospital, tempo de sintomas e tempo no Hospital e Maternidade Celso Pierro) ou Qui-Quadrado (etnia, convênio, lado acometido e atendimento pré-hospitalar). Os fatores relacionados à orquiectomia foram avaliados através de Regressão Logística. Na análise múltipla o critério de seleção de variáveis usado foi o stepwise. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Entre os 71 pacientes avaliados com o diagnóstico de Síndrome do Escroto Agudo submetidos à cirurgia, 22 deles (31%) tem idades entre 0 e 12 anos e 49 (69%) tem idades maior que 12 anos. Evidenciou-se que existe diferença significativa entre os grupos para as variáveis que medem tempo. O tempo de sintomas e tempo de Hospital e Maternidade Celso Pierro é maior para o grupo de orquiectomia. Para as demais variáveis não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos. O grupo de pacientes mais submetidos à orquiectomia são os não brancos, sem convênio médico particular, testículo direito acometido e sem atendimento pré-hospitalar. Já o grupo de pacientes mais submetidos à orquidopexia são os brancos, também sem convênio médico particular ou atendimento pré-hospitalar e testículo esquerdo acometido. O aumento em uma hora no tempo de sintomas aumenta a chance de orquiectomia em 4%. O aumento em 1 hora no tempo de Hospital e Maternidade Celso Pierro aumenta a chance de orquiectomia em 0,2%. Conclusão: o tempo decorrido de sintomas ainda permanece o principal fator associado à perda do testículo na Síndrome do Escroto Agudo e Torção do Cordão Espermático. Mesmo sem dados com significância estatística, podemos concluir também que esse estudo mostrou que os pacientes com mais de 12 anos, não branco, com lado direito acometido, sem convênio médico particular e atendimento pré-hospitalar são os mais submetidos à orquiectomia.