O conceito de ideologia em Martín-Baró: reflexões a partir do materialismo histórico-dialético

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Mendonça, Gabriel Silveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/16026
Resumo: Esta pesquisa discute o conceito de ideologia na obra de Ignácio Martín-Baró, precursor da psicologia da libertação. Um dos conceitos mais controversos no âmbito das ciências sociais, ideologia tem lugar fundamental na obra do psicólogo espanhol-salvadorenho, considerado por ele como objeto de estudo da psicologia social por excelência. Partimos do materialismo histórico dialético e de discussões sobre ideologia presentes nesta tradição teórica e de debates sobre o referido conceito no pensamento social moderno e na psicologia internacional e latino-americana para refletir sobre as formulações do autor. Debruçamo-nos sobre suas formulações levando em consideração o conjunto de sua obra, o contexto histórico de sua produção e as principais influências conjunturais às suas produções, como a guerra civil salvadorenha e a Teologia da Libertação. Selecionamos os 22 textos de Martín-Baró que apresentam em seus títulos e/ou resumos o conceito de ideologia e/ou termos derivados (ideologização e desideologização), e/ou conceitos de alienação e/ou conscientização e analisamo-los na sequência temporal de suas elaborações. Nossa análise permite afirmar que Martín-Baró reflete sobre as possibilidades de ação dos psicólogos nas dimensões subjetivas da vida produzidas por situações objetivas de opressão e exploração. Pois é neste sentido que é discutido o conceito de ideologia, o qual, ao longo da obra, possui diferentes significados, um que é sinônimo de visão de mundo e outro, mais elaborado, como falsa consciência que encobre e oculta os determinantes sociais segundo os interesses da classe dominante. A ideologia, por sua vez, fomenta nas classes dominadas uma consciência alienada que as impede de compreender sua realidade, formarem uma identidade própria e serem sujeitos de sua própria história. Frente a esta função ocultadora e classista que a ideologia possui e suas consequências, o autor reivindica a desideologização como forma de desconstruir a ideologia dominante, a desalienação para possibilitar que os sujeitos superem a consciência alienada e ambas como componentes da conscientização que, orientada politicamente em favor das maiorias populares, visa construir novas formas de consciência crítica e de relações com horizonte transformador e libertador.