Vivência de adolescentes da escolha da profissão: um estudo da perspectiva da psicologia histórico-cultural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Medeiros, Fernanda Pereira
Orientador(a): Souza, Vera Lúcia Trevisan de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/16013
Resumo: A presente pesquisa-intervenção teve por objetivo investigar o modo como os adolescentes de classe média, que estudam em escola particular têm vivenciado o período pré-vestibular a partir das interações que estabelecem na escola. Para tal, assumem-se os pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia Histórico-Cultural, sobretudo os de Vigotski. Os adolescentes de classe média são expostos a dois tipos de pressão nesta etapa de escolarização: uma é a exigência de que escolham uma profissão que deverão exercer pelo resto de suas vidas e, a outra, é a cobrança da família e das instituições em que estudam para que sejam aprovados em universidades de primeira linha, preferencialmente públicas, e, portanto, com acirrada concorrência. Essas pressões, não raras vezes, provocam emoções e sentimentos que são vividos pelos adolescentes como sofrimento, expressos em forma de choros convulsivos, relatos de desespero, tristeza, angústia, que chegam a quadros mais graves, como depressão, por exemplo. Defende-se que um dos papéis do Psicólogo na escola seja o de promover situações sociais de desenvolvimento que favoreçam vivências que possibilitem a estes adolescentes reconfigurar os significados e atribuir novos sentidos a esta etapa de suas vidas. As informações foram construídas em 15 encontros semanais de duas horas de duração cada, com alunos do terceiro ano do Ensino Médio, em uma escola particular, de uma cidade do interior de São Paulo. Esses encontros foram mediados por diversas expressões artísticas, como: poesias, filmes, imagens e contos, além de produções dos alunos em desenho, colagem e pintura, as quais denominamos de materialidades mediadoras. Essas, escolhidas intencionalmente, tiveram como objetivo favorecer a expressão dos jovens sobre o modo como percebiam a escola, como compreendiam o período de preparação para o ingresso no Ensino Superior e que relações estabeleciam entre o conteúdo escolar e a sua formação enquanto sujeito em desenvolvimento. Todos os encontros foram gravados e transcritos, como também anotações das observações compuseram os diários de campo. Como resultado, compreende-se que muitos são os cenários que constituem as escolhas profissionais dos jovens. Na escola, nas famílias, entre os amigos e grupos a que pertencem, os adolescentes configuram seus modos de ver e pensar o mundo e, consequentemente, o mundo do trabalho que pretendem ingressar e é por meio da configuração desses diversos cenários que o adolescente constitui suas escolhas. A Orientação Profissional nas escolas pôde, então, se configurar como espaço de ressignificação das relações entre adolescentes e os múltiplos cenários fonte de seu desenvolvimento, bem como prática do psicólogo ancorada em uma perspectiva crítica de atuação desse profissional no contexto escolar.